quarta-feira, 1 de julho de 2009

O APEDREJAMENTO DE ESTEVÃO E O FIM DAS 70 SEMANAS

Embora a profecia não faça menção à morte de Estevão como um marco do encerramento do período especialmente concedido ao povo de Israel, algumas informações encontradas no livro dos Actos dos Apóstolos conferem plausibilidade a essa conclusão.
Antes do apedrejamento de Estevão, relatado no capítulo 7 de Actos, não se faz menção à conversão de samaritanos ou de gentios. Em Actos 2, que trata dos maravilhosos acontecimentos do Dia de Pentecostes, só se faz referência a prosélitos, que não obstante serem gentios de nascimento, já eram membros reconhecidos da comunidade judaica.
No mesmo dia em que Estevão foi martirizado, “levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém; e todos, excepto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e Samaria.” Actos 8:1. Em decorrência dessa terrível perseguição, os seguidores de Cristo foram espalhados para outras regiões, nas quais puderam pregar o Evangelho aos não-judeus (Actos 8:4). “Filipe, descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo.” Atos 8:5. Filipe pregou ainda a um etíope que voltava de Jerusalém para sua terra (Actos 8:26-40). Depois disso, Saulo, perseguidor da Igreja, passou pela gloriosa experiência do caminho de Damasco, em que foi chamado para ser “um instrumento escolhido” para pregar o Evangelho “perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel” Actos 9:17. Por fim, Pedro foi conduzido pelo Espírito Santo até ao centurião romano, de nome Cornélio, a quem anunciou as boas novas da salvação. Ver Actos 10.
Em Actos 11, uma importante sequência de informações também destaca a morte de Estevão como o ponto a partir do qual a mensagem de Cristo se estendeu aos gentios. Sendo indagado sobre sua recente visita à residência de um gentio, Pedro fez um relato do progresso da obra do Evangelho entre os estes. Então, “ouvindo eles estas coisas”, alegraram-se muito “e glorificaram a Deus, dizendo: Logo, também aos gentios foi por Deus concedido o arrependimento para vida.” Actos 11:18. Dando prosseguimento ao relato, o autor de Actos explica que “os que foram dispersos por causa da tribulação que sobreveio a Estêvão se espalharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus.” Actos 11:19. Como muitos deles não estavam certos ainda da importância de se pregar a mensagem de Cristo aos gentios, restringiram-se a falar somente aos judeus residentes nesses lugares, mas “alguns deles, porém, que eram de Chipre e de Cirene e que foram até Antioquia, falavam também aos gregos, anunciando-lhes o evangelho do Senhor Jesus.” Actos 11:20. Dessa forma, torna-se evidente que os Actos dos Apóstolos vinculam o término do período separado especialmente para os judeus com o lapidação de Estevão e com a primeira perseguição aos cristãos.

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