sábado, 15 de agosto de 2009

O DOM PROFÉTICO

Uma vez que a Bíblia admoesta que antes do retorno de Cristo apareceriam muitos falsos profetas, devemos investigar cuidadosamente todas as reivindicações de manifestações do dom profético. Paulo assim se expressou: "Não desprezeis profecias. Julgai todas as coisas, retende o que é bom; abstende-vos de toda forma de mal." (I Tessalonicenses 5:20 a 22; I João 4:1)
A Bíblia apresenta várias linhas orientadoras no auxilio a distinguir o genuíno dom profético daquele que é espúrio.
1. Porventura harmoniza-se a mensagem com a Escritura? - "À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva" (Isaías 8:20). Esse texto implica que a mensagem de qualquer profeta deve estar de acordo com a lei e o testemunho de Deus, manifestados ao longo de toda a Bíblia. Um profeta posterior jamais contradiz o Seu próprio testemunho anteriormente concedido, pois em Deus "não existi variação, ou sombra de mudanças." (Tiago 1:17).
2. As predições comprovam-se verdadeiras? - "Se disseres no teu coração: Como conhecerei a palavra que o Senhor não falou? Sabe que quando esse profeta falar, em nome do Senhor, e a palavra dele se não nem suceder, como profetizou, esta é a palavra que o Senhor não disse; com soberba o falou o tal profeta; não tenhas temor dele." (Deuteronómio 18:21 e 22; Jeremias 28:9). Embora as profecias possam representar uma parcela relativamente pequena da mensagem profética, a sua exactidão deve ser demonstrada.
3. É reconhecida a encarnação de Cristo? - "Nisto reconhecereis o espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus." (I João 4:2 e 3). Este teste exige mais que um simples reconhecimento de que Jesus Cristo viveu sobre a Terra. O verdadeiro profeta deve confessar o ensinamento bíblico da encarnação - ele deve crer em Sua divindade e pré-existência, Seu nascimento virginal, Sua verdadeira humanidade, vida sem pecado, sacrifício expiatório, ressurreição, ascensão, ministério intercessor e segundo advento.
4. Que tipo de frutos produz os profetas: bons ou maus? - A profecia vem pela inspiração de "homens santos de Deus" por parte do espírito Santo (II Pedro 1:21). Podemos discernir os falsos profetas a partir de seus frutos. Ou, conforme explicou Jesus: "Pelos seus frutos os conhecereis. Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. Toda árvore que não produz fruto bom é cortada e lançada ao fogo. Assim, pelos seus frutos os conhecereis." (Mateus 7:16, 18 a 20).
Esse conselho é crucial ao avaliar-se a reivindicação do profeta. Em primeiro lugar vem a vida do profeta. Não significa que o profeta deva ser absolutamente perfeito; as Escrituras dizem que Elias foi um homem "semelhante a nós, sujeito aos mesmo sentimentos." (Tiago 5:17). Mas a vida do profeta deveria ser caracterizada pelos frutos do Espírito, não pelas obras da carne (veja Gálatas 5:19 a 23).
Em segundo lugar, esse princípio diz respeito à influência do profeta sobre outros. Quais os resultados observáveis na vida daqueles que aceitam as mensagens? Porventura as mensagens do profeta habilitam o povo de Deus para a missão e unem na fé (Efésios 4:12 a 16)?
Toda a pessoa que reivindica possuir o dom profético, deve ser submetida a tais testes. Se enfrentar positivamente todos eles, podemos ter a confiança de que efectivamente o Espírito Santo concedeu o dom de profecia.
O espírito da Profecia na Igreja Adventista do Sétimo Dia
O dom de profecia manifestou-se activamente no ministério de Ellen G. White, co-fundadora da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Foi-lhe concedida instrução inspirada da parte de Deus, em favor do Seu povo nos últimos dias. O mundo no início do século dezanove, quando Ellen White começou a apresentar mensagens de Deus, era um mundo do homem. O seu chamado profético colocou-a sob escrutínio crítico.
Tendo satisfeito os testes bíblicos, ela prosseguiu no seu ministério profético durante 70 anos. Desde 1844, quando contava apenas 17 anos de idade, até 1915 - ano da sua morte - ela recebeu mais de duas mil visões. Durante esse período, ela viveu e trabalhou na América do Norte, Europa e Austrália, aconselhando, estabelecendo novas frentes de trabalho, pregando e escrevendo. Ellen White jamais assumiu o título de profetisa, mas não se opunha a que os outros assim a identificassem.
Ela explicou: "Cedo na minha juventude foi-me perguntado muitas vezes: É uma profetisa? Tenho respondido: Sou a mensageira do Senhor. Sei que muitos me têm chamado de profetisa, mas jamais reivindiquei esse título... Porque não reivindico ser chamada profetisa? Porque nestes dias muitos que audaciosamente pretendem ser profetas, representam um opróbrio à causa de Cristo; e porque a minha obra inclui muito mais do que o termo 'profeta' significa... Reivindicar ser profetisa é algo que jamais fiz. Se outros me chamam desse modo, não discuto com eles. Mas a minha obra abrange tantos aspectos, que não posso chamar-me a mim mesma senão mensageira."

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