sábado, 29 de maio de 2010

O REI GLORIFICA O NOME DO SENHOR

"12 Depois se foram à presença do rei e lhe perguntaram no tocante ao interdito real: Porventura não assinaste um interdito pelo qual todo homem que fizesse uma petição a qualquer deus, ou a qualquer homem por espaço de trinta dias, exceto a ti, ó rei, fosse lançado na cova dos leões? Respondeu o rei, e disse: Esta palavra é certa, conforme a lei dos medos e dos persas, que não se pode revogar.


13 Então responderam ao rei, dizendo-lhe Esse Daniel, que é dos exilados de Judá, e não tem feito caso de ti, ó rei, nem do interdito que assinaste; antes três vezes por dia faz a sua oração.

14 Ouvindo então o rei a notícia, ficou muito penalizado, e a favor de Daniel propôs dentro do seu coração livrá-lo; e até o pôr do sol trabalhou para o salvar.

15 Nisso aqueles homens foram juntos ao rei, e lhe disseram: Sabe, ó rei, que é lei dos medos e persas que nenhum interdito ou decreto que o rei estabelecer, se pode mudar.

16 Então o rei deu ordem, e trouxeram Daniel, e o lançaram na cova dos leões. Ora, disse o rei a Daniel: O teu Deus, a quem tu continuamente serves, ele te livrará.

17 E uma pedra foi trazida e posta sobre a boca da cova; e o rei a selou com o seu anel e com o anel dos seus grandes, para que no tocante a Daniel nada se mudasse:

18 Depois o rei se dirigiu para o seu palácio, e passou a noite em jejum; e não foram trazidos à sua presença instrumentos de música, e fugiu dele o sono.

19 Então o rei se levantou ao romper do dia, e foi com pressa à cova dos leões.

20 E, chegando-se à cova, chamou por Daniel com voz triste; e disse o rei a Daniel: Ó Daniel, servo do Deus vivo, dar-se-ia o caso que o teu Deus, a quem tu continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leões?

21 Então Daniel falou ao rei: Ó rei, vive para sempre.

22 O meu Deus enviou o seu anjo, e fechou a boca dos leões, e eles não me fizeram mal algum; porque foi achada em mim inocência diante dele; e também diante de ti, ó rei, não tenho cometido delito algum." Daniel 6:12-22

De seguida, o rei glorifica o nome do Senhor, ordenando que O temam, visto que Ele é o Deus vivo, por oposição aos ídolos mortos; que Ele subsiste eternamente, enquanto que Dário o pseudo-deus, sabe muito bem que não passa de um simples mortal. O Senhor é também o Todo-Poderoso que liberta e salva mesmo dos leões, enquanto que, ele, o rei, foi impotente para libertar o seu amigo da lei que ele mesmo tinha feito.
Após este Livramento, o Deus de Israel irá ser proclamado por toda a parte como sendo o Deus vivo, o Todo-Poderoso. E diversas vezes o nome de Deus foi proclamado pelos monarcas de Babilónia sob forma de edital: 1º - emanado por Nabucodonozor contando a história da fornalha e o Livramento dos amigos de Daniel – Daniel 3.28,29; 2º - a descrição feita pelo mesmo monarca da sua demência, cura e restabelecimento no trono – Daniel 4.36,37; 3º - agora, o testemunho de Dario, ao atribuir ao Deus vivo a salvação de Daniel e atestando que o Seu reino é eterno – Daniel 6.26,27.
É tempo de sermos como Daniel, de mostrarmos o carácter de um verdadeiro cristão, aquele que, na realidade, um dia, nasceu de novo. É tempo de sermos o que dizemos ser e de nos mantermos no quanto experimentámos, um dia, na nossa vida – novo nascimento – cf. João 3.3.
Aflorámos acima que o comportamento de Daniel – v. 4,5 – era o reflexo do que, verdadeiramente, significa - nasceu de novo, em espírito e em verdade. Na realidade, que significado tem para cada um de nós, quando dizemos que somos cristãos? Na verdade, para o ser humano, poderá ter vários significados mais ou menos matizados. Mas, nas Sagradas Escrituras o significado da palavra cristão é um só, o ser, em Cristo - “uma nova criatura” - II Coríntios 5.17.
Assim, à luz do texto bíblico, todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura e, nesta conformidade, tudo na sua vida foi renovado! É, de certa forma, um mundo novo no qual está inserido. O Espírito de Cristo tornou-se o princípio, a razão de ser da sua vida, visto que o ser humano do antigamente, sob as suas diferentes facetas da vida, desapareceu totalmente – Efésios 4.22-44. Sim, ser uma “nova criatura” encontra-se, imperiosamente, situada a dois níveis: 1- no tempo, isto é, agora; 2– no espaço, ou seja, aqui. Não como existe no subconsciente de muitos, ou seja, no indefinido, incerto e inexistente amanhã. Esta noção temporal utópica – o amanhã – repetimos, só existe na mente do ser humano, em mais lado nenhum! Tudo se decide no hoje e não no amanhã, porque o convite de Deus a todas as Suas criaturas é - Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações” – Hebreus 4.7
O apóstolo Paulo ao referir-se ao tema da “nova criatura”, acentua o condicional, ao escrever: - “Se alguém está em Cristo”! Tudo depende daquele que diz aceitar, não de Deus! Pois se este alguém está mesmo em Cristo, então é - aqui e agora - sim, na realidade e em plenitude, uma nova criatura; não poderá vir a sê-lo no amanhã – pois, como já vimos, esta noção temporal, simplesmente, não existe!
Daniel, como aderente sincero e verdadeiro conhecedor de Deus não poderia ter, em abono da verdade, outra atitude, outra postura; pois nesta fase de caminhada com Deus, já não se vive para nós mesmos, mas dá-se uma transformação, uma espécie de metamorfose em cada um de nós – o que S. Paulo expressa. Magistralmente, por estas palavras: - “já não vivo mais eu, mas Cristo vive em mim” – Gálatas 2.20. O que, dito por outras palavras: - ou se é ou não! Não existem meios cristãos!
Por esta razão o capítulo 6º de Daniel nos mostra três tipos de homens colocados na presença do Deus vivo: 1- o incrédulo – como os inimigos de Daniel, que não vive, senão para esta terra e que recebe o castigo que merece pela sua maldade; 2- o ignorante – tal como Dário, que é sensível à verdade e que acaba por dar glória a Deus; 3- o crente – como Daniel, submisso a uma severa prova mas que dela sai muito maior, mais forte e mais inabalável.
Sim, quem quer que nós sejamos, nós fazemos parte de uma destas três categorias. Todos corremos o risco de sermos lançados, como o profeta, numa cova de leões, represente esta o que representar. Tudo isto é necessário ao desenvolvimento e fortalecimento da nossa fé, no sentido que acima já referimos – Tiago 1.2-4; I Pedro 1.6,7.
Que assim seja.

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