segunda-feira, 17 de maio de 2010

OS DOIS ANIMAIS E O ATAQUE CONTRA O SANTUÁRIO

– (Daniel 8.1-27)
No livro do profeta Daniel, a História da Salvação é-nos apresentada em sob diversas janelas que, gradualmente se vão abrindo para que a possamos conhecer melhor. Assim, no capítulo 2, aquela grande estátua que simboliza a sucessão dos reinos do mundo, dará lugar não a um 5º império, mas a um reino que “esmiuçará “ tudo o quanto lhe foi anterior – v. 34 – e que “será estabelecido para sempre” – v. 44. Neste capítulo Cristo é representado como o nosso Rei.
No capítulo 7 encontramos a sucessão de vários animais e, de entre os quais, surge um sistema político-religioso que faria guerra contra o Altíssimo – cf. v. 25. – vindo, de seguida, o “juízo” – v. 26. Neste capítulo Cristo é representado como nosso juiz. Sim, “Cristo foi feito nosso juiz. (…) Aquele que se revestiu da humanidade e viveu neste mundo uma vida perfeita será quem nos há-de julgar (…). Cristo assumiu a humanidade para poder ser o nosso juiz”
Neste capítulo que iremos estudar apresenta uma visão em que aparecem animais, assim como o aparecimento de um sistema político-religioso com as mesmas características do apresentado no capítulo anterior. Só que, neste capítulo lhe é acrescentada uma nova faceta – a de uma progressiva usurpação das funções de Cristo no santuário celeste – v. 10-12. Mas anuncia também, não só a “purificação” do referido santuário – v. 13,14 – mas também, a exemplo do que fora anteriormente anunciado, ambos “sem mão serão quebrados” – Daniel 2.34,35; 8.25. Neste capítulo Cristo é representado como nosso Sumo Sacerdote que, não só morreu por cada um de nós, como também vive para nos salvar.

I- A visão
O conteúdo, assim como a compreensão da visão do capítulo 7 deixa o profeta bastante abalado, tal como podemos compreender pelo quanto é revelado no último versículo deste capítulo.
Como ponto histórico de referência, é-nos dito que a visão que nos ocupa teve lugar no 3º ano do rei Belsazar, isto é, em 551 a. C., ou seja, dois anos após a do capítulo anterior – Daniel 7.1 . Esta visão partilha um certo número de temas com a anterior, percorrendo o mesmo período histórico, muito embora apresente símbolos diferentes.
Nesta visão não existe qualquer menção de Babilónia pois estava a viver o período final da hegemonia babilónica. A visão, a exemplo da anterior, contempla o aparecimento de animais:

1- Carneiro
Este animal tinha duas pontas (chifres), sendo um maior do que o outro – v. 3 – cf. Daniel7.5 – “o urso que se levantou de um lado”. Numa primeira fase o chifre que representava a Média era maior do que o da Pérsia. Depois aconteceu o contrário e assim permaneceu. Não é preciso fazer grandes conjecturas acerca deste primeiro animal, pois o anjo Gabriel o revela, ao dar a conhecer que representa “os reis da Média e da Pérsia” – v. 20
Depois, é-nos dito que este animal, ávido de poder, “dava marradas para o ocidente, para o norte e para o meio-dia (sul)” – v. 4 – cf. Daniel 7.5 – o mesmo poder sob um símbolo diferente – um urso.

2- Bode
Em seguida, entra em cena um “bode” que vinha do ocidente, (…) sem tocar no chão (…) e tinha uma ponta (chifre) notável entre os olhos” – v. 5. A exemplo do 1º animal, o anjo dá a respectiva interpretação, revelando que o bode em causa representa “o rei da Grécia” – v. 21.
Este último dirige-se com extrema rapidez, tal como indica a expressão - “sem tocar no chão” - na direcção do carneiro. Este foi derribado. É dito que o bode, “estando na sua maior força, a ponta foi quebrada e subiram no seu lugar quatro também notáveis para os quatro ventos do céu” – v. 8. Esta imagem corresponde à do cap. 7.6 “0 leopardo”, caracterizado: 1- pela sua velocidade; 2- pelas suas quatro cabeças. Uma vez mais, o próprio texto nos revela que estes chifres representam “quatro reinos (…) mas não com a força do primeiro” – v. 22.
Assim, após a morte inesperada de Alexandre, o Grande, o seu império foi dividido pelos seus quatro generais que lhe sucederam: 1- Cassandro ficou com a Macedónia e a Grécia; 2- Ptolomeu, ficou com o Egipto, a Cirenaica e a Palestina; Lisímaco, com a Trácia e grande parte da Ásia Menor; 4- Seleuco, a Síria, Babilónia e a Pérsia – este último conhecido pelo Império Seleucida. Mas, acerca dos sucessores de Alexandre, o texto bíblico refere que não teriam: - “a mesma força” – v. 22.

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