segunda-feira, 12 de julho de 2010

A BESTA DO APOCALIPSE: IRONIAS

a) Actos 8:14
Como conciliar a ideia de um pontificado, ou de uma autoridade soberana na Igreja de Jesus Cristo, na pessoa de Simão Petros? Por exemplo, quando o evangelho começou a espalhar-se e o cristianismo a crescer, o livro dos Actos diz: ” quando os apóstolos que estavam em Jerusalém tiveram conhecimento de que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João” – Actos 8:14.
À luz deste texto perguntamos: Desde quando é que um Papa ou alguém detentor de uma autoridade e carisma outorgados pelo Senhor, receber ordens dos seus – inferiores hierárquicos? E, ainda por cima, ser mandado pelos de Jerusalém para lá em missão!?
Convenhamos que é um bocadinho forte e… um abuso de confiança, caso esta autoridade, como se quer fazer crer, alguma vez tivesse existido!

b) Lista papal
Segundo esta lista cronológica papal, o sucessor de Simão Petros, diz a Tradição, foi S. Lino (67-76); depois S. Anacleto (76-88), e depois sucedeu-lhe S. Clemente (88-97). Ora, perante todas estas sucessões gostaríamos de lembrar que, entre o ano 90-95 ainda vivia o apóstolo S. João. Sendo assim gostaríamos de perguntar: Não seria mais normal, pelo menos, que o último dos apóstolos, logo após a morte de Simão Petros, tendo em conta que o seu exílio é posterior, devesse tomar essa tal primazia sobre todos os outros bispos, ao ser colocado na posição do seu colega, visto que ambos, foram os mais íntimos junto do Mestre? Caso o lugar existisse, quem, melhor e com mais direito do que ele, deveria ocupar, a existir, o tal lugar, deixado vago?
Não será esta uma prova, muito simples, mas bastante eloquente, a acrescentar às demais, para nos mostrar que o pontificado de Simão Petros nunca existiu! Pelo menos no tempo da Igreja primitiva e, certamente, até à morte do último dos sobreviventes dos apóstolos de Jesus. Só posteriormente, como assinalámos, é que a história - o documento - atesta os movimentos do bispo de Roma para ser o Bispo dos bispos, não antes!

c) As cartas do Apocalipse
Tanto quanto sabemos, existem sete Igrejas mencionadas no livro do Apocalipse – as Igrejas da Ásia: capítulos 2 e 3. Que encíclicas sagradas e solenes foram escritas como as dirigidas às sete Igrejas? Não são elas emanadas do Senhor? Não fazem elas parte integrante das últimas revelações feitas à Sua Igreja, após a Sua ressurreição? A quem, por intermédio de S. João, são endereçadas as cartas? O texto bíblico não nos deixa na ignorância. Ele esclarece-nos sem quaisquer rodeios desta forma directa: “Ao anjo que está em…” – Apocalipse 2:1,8,12,18;3:1,7,14.
Este anjo, como facilmente se compreenderá – se é que não estamos a ser “literalistas e psicologizantes” – é um termo para designar o condutor espiritual das Igrejas às quais estas foram endereçadas. Assim, estamos de novo colocados perante um dilema, a saber: 1- Ou o Espírito Santo ignora a existência da suprema autoridade terrestre da Igreja, (pois seria inconcebível proceder assim caso esta autoridade tivesse sido real, como se quer fazer crer)! 2- Ou então, o Senhor, anula, por uma palavra, o que Ele instituiu através de Pedro - ao transmitir, directamente aos líderes locais das sete Igrejas, as revelações divinas? Curiosamente, o mesmo procedimento fê-lo S. Paulo, como vimos, quando escreveu aos crentes de Roma! Questionamos: Deus e S. Paulo – omitiram, esqueceram – tal outorga de autoridade e poderes! Ou será porque esta transmissão de poderes NUNCA EXISTIU?! Sendo assim, o relato bíblico é, por conseguinte, um todo harmónico, neste preciso contexto.
Cada carta termina com estas palavras de advertência: “Quem tem ouvidos oiça o que o espírito diz às Igrejas” – Apocalipse 2:7,11,17,29;3:6,13,22. Convenhamos que, a ser verdade o que a Tradição refere, tudo é muito confuso e nada condiz com nada, convenhamos! Pensamos ter abordado neste périplo o quanto esta confissão religiosa não consegue provar, quer pelas Escrituras, quer pela história, por exemplo:

1- Que a rocha é Simão Petros.
2- Que pela Sua palavra, Cristo assegurou-lhe a primazia espiritual na Sua Igreja.
3- Que esta primazia era transmissível.
4- Que Simão Petros veio para Roma.
5- Que Simão Petros ali tenha sido bispo.
6- Que este tenha transmitido o seu pontificado aos seus sucessores.

A este propósito, tendo em conta a personagem de Simão Barjonas – Petros (pedra, seixo rolante, de arremesso), recordaremos aqui a resposta de João Paulo II ao ter sido interrogado sobre a figura do papa, quando disse: “(…) Pedro é aquele que não apenas não voltou a renegar Cristo, como não repetiu o seu infausto: Não conheço esse homem, mas perseverou na fé até ao fim: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Deste modo tornou-se a rocha, mesmo se, talvez, como homem não fosse mais que areia movediça. O próprio Cristo é a rocha e Cristo edifica a Sua Igreja sobre Pedro. Sobre Pedro, Paulo e os apóstolos. A Igreja é apostólica em virtude de Cristo”.
Que melhores palavras para terminar este livro que o prezado leitor teve a paciência de ler até aqui! Para o dito sucessor de Simão Barjonas, o Petros “não é mais do que areia movediça”! E é verdade, tal como o pudemos ver, pois assim era a sua personalidade e, como tal, a justificação do seu sobrenome sob o qual ficou conhecido na história bíblica!
Como compreender, prezado leitor, as palavras de João Paulo II? Quem, sensato, faria tal coisa? Como é que sendo Jesus “a rocha (…) edifica a Sua Igreja sobre Pedro, areia movediça”?! Quem construiria assim a sua casa – sobre areia movediça? Quem trocaria, mesmo nos nossos dias, a rocha como alicerce, por seixos rolantes ou, pior ainda, areia movediça? Até o próprio Jesus se contradizia a si mesmo? Seria isto possível?
Vejamos as suas clarividentes palavras: “Quem escuta as Minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, engrossaram os rios, sopraram os ventos mas não caiu, porque estava fundada na rocha. Aquele, porém, que ouve as Minhas palavras e não as põe em prática, é semelhante ao néscio que edificou a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, engrossaram os rios, sopraram os ventos contra aquela casa, e ela desmoronou-se; grande foi a sua ruína” – S. Mateus 7:24-27. (sublinhado nosso)
Ora, de igual modo, se qualquer confissão religiosa tenta alicerçar as suas doutrinas em mandamentos e teorias humanas – areia movediça – certamente que estará sempre em contradição com os claros ensinos das Escrituras, estes firmados sobre a rocha – Cristo Jesus! Que diferença! Cremos ter sido coerentes conseguindo demonstrar, ao longo destas páginas, demonstrado que esta, como outras confissões religiosas têm, no seu seio, doutrinas fundadas sobre a areia, não sobre a rocha – as Escrituras!
Portanto, repetimos uma vez mais, se realmente for traduzida com seriedade a palavra grega Petros, pelo seu real sentido: pedra, seixo rolante, não só o nome próprio, dos nossos dias, desaparece, porque não existe no original com tal significação, como também fica anulada toda a confusão a que deu lugar esta confissão religiosa com sede em Roma!
Quanto a nós, damos graças a Deus que, a única ordem que Jesus deu a Simão Barjonas, a S. Paulo e a todos os outros foi: que espalhassem a Verdade, que dessem a conhecer aos outros o que conheciam e tinham recebido. Fiel a este mandato, Simão Barjonas, mais conhecido por “Petros”, diz: “Quanto a nós, não podemos deixar de afirmar publicamente o que vimos e ouvimos” – Actos 4:20.
Esta, prezado leitor amigo e amante da Verdade, foi a comissão que Jesus deixou à Sua Igreja – a missionação! Quanto ao resto, são meras suposições, teorias e doutrinas humanas fundadas unicamente pelos seres humanos – areias movediças – nada mais! Que ao Seu eterno e excelso nome seja dada toda a honra, glória e louvor para todo o sempre, Amén.

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