segunda-feira, 11 de julho de 2011

REGRAS DOMINICAIS NA EUROPA COLIDEM COM A LEI DA LIBERDADE RELIGIOSA

Uma nova aliança promove condições justas e equilibradas de trabalho na Europa pediu à Comissão Social e Económica da União Européia na semana passada para declarar o domingo um “dia isento de trabalho” visando novas diretrizes de atuação para os estados-membros.
Raafat Kamal, diretor de Relações Públicas e Liberdade Religiosa para a Igreja Adventista no norte europeu, disse que uma proposta para “domingos isentos de trabalho” podia infringir a lei da liberdade religiosa. Os que não têm o domingo como um dia religioso de descanso devem ainda ser respeitados e tolerados, disse. [foto de Arquivo]
A Aliança Dominical Européia é uma rede de 65 organizações da sociedade civil, sindicatos e igrejas que concordam que os domingos isentos de trabalho e horas de trabalho justas promovem famílias mais saudáveis e fortalece a coesão social entre estados membros da União Européia.
A proposta da aliança surgiu durante uma conferência sobre o impacto do trabalho aos domingos em relação com a saúde, segurança e integração social dos trabalhadores europeus, o que atraiu psicólogos, cientistas sociais e outros especialistas a Bruxelas no dia 20 de junho.
“Um domingo isento de trabalho e horas de trabalho apropriadas são um direito bem merecido para todos os cidadãos da Europa”, declara o documento de lançamento da aliança. A definição do documento de “horas de trabalho apropriadas” prossegue alistando “horários tarde da noite, noites, feriados públicos e domingos”.
Os advogados adventistas do sétimo dia de liberdade religiosa preocupam-se com a possibilidade de que a proposta infrinja sobre a livre expressão de crenças religiosas, a despeito de seus bem-intencionados objetivos de reduzir o estresse e o trabalho excessivo.
“Apoiamos a noção de que as pessoas carecem de um dia de descanso para obter um equilíbrio de vida /trabalho a fim de manter a saúde e segurança dos trabalhadores”, declarou Raafat Kamal, diretor de Relações Públicas e Liberdade Religiosa para a Igreja Adventista do Sétimo Dia no norte europeu, acrescentando que a idéia foi primeiro expressa por Deus, que descansou seguindo-se à semana bíblica da criação (Gén. 2:1-3). “Ao mesmo tempo, desejamos estar seguros de que aqueles que não têm o domingo como um dia religioso de descanso designado serão respeitados e tolerados”, aduziu Kamal.
O Congresso Judaico Europeu não comentou ainda sobre a proposta de domingos isentos de trabalho. Na Europa também residem 13 milhões de muçulmanos, que observam a sexta-feira.
“Espero que os participantes da rede da Aliança Dominical Européia … apreciem as dimensões pluralistas dos países da União Européia e a importância de respeitar aqueles com crenças e práticas religiosas diferentes”, disse ainda Kamal.
Os católicos na Europa acolhem bem a proposta. Maximillian Aichern, bispo católico-romano aposentado de Linz, chamou ao domingo isento de trabalho “a mais antiga lei social da civilização judaico-cristã”.
“O dia comum de descanso, os contratos sociais que os acompanham e o louvor ao Senhor são os valores cristãos mais importantes e … indispensáveis para a dignidade humana.”
A aliança pressiona a União Européia e os seus estados membros a “tomarem todas as medidas legislativas e políticas” para assegurar “uma melhor reconciliação da vida privada e profissional”.
Fonte: Adventist News Network


NOTA COMPLEMENTAR:

“A importância do Sábado como memorial da Criação consiste em conservar sempre presente o verdadeiro motivo de se render culto a Deus” – porque Ele é o Criador, e nós as Suas criaturas. “O Sábado, portanto, está na própria base do culto divino, pois ensina esta grande verdade da maneira mais impressionante, e nada mais faz isto. O verdadeiro fundamento para o culto divino, não só do que se realiza no sétimo dia, mas de todo o culto, encontra-se na distinção entre o Criador e as Suas criaturas. Este facto capital nunca se poderá tornar-se obsoleto, e nunca deverá ser esquecido.” (J. N. Andrews, History of the Sabbath, cap. 27). Foi para conservar sempre esta verdade perante o espírito dos homens que Deus instituiu o Sábado no Éden. E, enquanto o facto d´Ele ser o nosso Criador continuar a ser o motivo pelo qual O devamos adorar, o Sábado permanecerá como sinal e memória disso. Se o Sábado tivesse sido guardado universalmente, os pensamentos e afectos dos homens teriam sido dirigidos ao Criador como objecto de reverência e culto, e nunca teria havido um idólatra, um ateu, ou um infiel. A guarda do Sábado é um sinal de lealdade para com o verdadeiro Deus,  “…Aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Apoc. 14:7). Deduz-se que a mensagem que ordena aos homens adorar Deus e guardar os Seus mandamentos apelará especialmente para que eles observem o quarto mandamento. – O Grande Conflito, pp. 363-365 (Ed. P. Servir, 2009).

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