segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O REI DO NORTE E O ANTICRISTO - 3

Daniel 11: 31- “E sairão a ele uns braços que profanarão o santuário e a fortaleza; e tirarão o contínuo estabelecendo a abominação desoladora”.
Na primeira parte do versículo é dito que “sairão a ele (rei do norte) uns braços”. Qual será o significado destes ? Iremos utilizar o princípio “Sola Scriptura”, ou seja, a Bíblia e ela só como regra áurea de interpretação. Consultemo-la para saber o que tem para nos dizer a este respeito. Assim temos: - (v.22)- “Portanto assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu estou contra Faraó, rei do Egipto, e quebrarei os seus braços, o forte como o que está quebrado, e farei cair da sua mão a espada. (…). (24)- E esforçarei os braços do rei de Babilónia e porei a minha espada na sua mão; mas quebrarei os braços de Faraó e diante dele gemerá como geme o traspassado” – Ezequiel 30. Então, o que significa? Nem mais nem menos do que – poderio militar. Significa ter ajuda de exércitos e estes só têm uma origem – o Estado. Encontramos aqui, de novo, neste texto de Daniel, a acentuada união entre a Igreja e o Estado. Aqui o – rei do Norte – nesta fase histórica, o mesmo é dizer, um novo nome a adicionar aos demais aplicados a este mesmo poder nas suas diferentes fases: 1- a amálgama resultante da união ilícita entre os elementos antagónicos Ferro/Barro (Daniel 2.43); 2- ao chifre pequeno saído de entre os 10 chifres pré existentes (Daniel 7.8,24). Ou ainda, quando o chifre pequeno se estende horizontalmente por toda a terra e, de repente, surge na posição vertical, ou seja na direcção do “Príncipe do exército”, no céu (Daniel 8.9-11); 3- ao Anticristo/Homem do pecado/Filho da perdição (II Tessalonicenses 2.3) 4- à besta (Apocalipse 13.2). Aqui, o rei do Norte, não terá unicamente uma vertente religiosa que o caracterizará, mas também o político – “E se fortalecerá a sua força, mas não pelo seu próprio poder (…)” - Daniel 8.24.
O texto do v. 31 continua e diz: - “(…) profanarão o santuário e a fortaleza (…)”. Mas, de que santuário se tratará? Vejamos, a este propósito o que refere o mesmo profeta: - “E se engrandeceu até ao príncipe do exército e por ele foi tirado o contínuo e o lugar do seu santuário foi lançado por terra” – Daniel 8.11. Como se pode ver, se, efectivamente, “o lugar do seu santuário foi lançado por terra”, então significa que, anteriormente, estava no céu! Na verdade, não se poderá lançar por terra o que, anteriormente já lá está, convenhamos! Lendo os versos seguintes temos: - (v.12)- “E o exército lhe foi entregue, com o sacrifício por causa das transgressões; e lançou a verdade por terra, fez isso e prosperou. (13)- Depois ouvi um santo que falava: e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão do contínuo e da transgressão assoladora para que seja entregue o santuário e o exército, afim de serem pisados? (14) E ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado” – Daniel 8. Assim sendo, será que temos aqui um paralelo com o capítulo 11, na medida em que o chifre pequeno do capítulo 8 faz o mesmo que o rei do Norte, do capítulo 11? Claro que sim.
Aqui – Daniel 11.31 – ao falar do santuário, na verdade, de qual está a falar? Convém não esquecermos
que estamos em plena Idade Média. Assim sendo, que santuário existia, na época, na Terra? O santuário, o último, é conhecido por – Templo de Salomão – foi destruído no ano 70 da nossa era pelos Romanos sob a chefia do general Tito. No texto que nos ocupa fala de um poder que exerce a sua actividade plena desde o ano 538, ou seja, após a destruição do templo. Assim sendo, o templo/santuário já não existe nesta Terra e, reiterando o que já dissemos, o referido santuário profanado só pode existir no céu. E em que sentido é que o chifre pequeno profana o santuário? No Antigo Testamento havia duas formas de o contaminar: 1- legalmente; 2- ilegalmente.
a)- Legalmente - quando uma pessoa se apresentava com um cordeiro no santuário, perante o sacerdote, para ali confessar o seu pecado – cf. Levítico 4.1-7. Este colocava as suas mãos sobre a cabeça daquele animal, fazendo assim, simbolicamente, a transferência do seu pecado para o inocente animal; depois, com as suas próprias mãos, o matava. A seguir, o sacerdote recolhia o sangue da vítima que continha, simbolicamente, a culpa do pecado e o levava para dentro do santuário – Lugar Santo – ou seja, na 2ª secção do santuário, logo a seguir à 1ª que se chamava Pátio - e ali o aspergia, nos móveis e no véu de separação entre o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo (Êxodo 27.33), depositando, desta forma, no santuário, aquele pecado: 1- pecador; 2- animal; 3- sacerdote; 4- santuário. Desta forma, o santuário, era legalmente contaminado. Acto contínuo, o pecador saía dali totalmente liberto do seu pecado, pois este já não estava sobre ele, mas sobre o santuário. Isto é o que se passa connosco, hoje em dia, quando confessamos os nossos pecados, pois Jesus os toma e os coloca, acima, no santuário celeste.
b)- Ilegalmente – quando os pecados eram transferidos para o santuário, mas sem a respectiva confissão do penitente, sem a apresentação de sangue que por ele fizesse expiação. Na primeira situação Deus, em Cristo, assumia esta culpa para quando fosse, finalmente, o problema do pecado resolvido, atribuir ao autor do pecado as suas responsabilidades. Nesta última, tal não era possível, pois Cristo não podia oferecer o Seu sangue por eles visto que nunca foi reclamada a remissão dos mesmos pelo pecador. Assim, na fase final, após o período milenar – Apocalipse 20.7-9 - a culpa destes recairá directamente sobre aquele que os cometeu e negligenciou o sangue de Cristo em seu favor - o próprio pecador. Na ministração expiatória em favor do pecador, o sangue tinha uma dupla função: 1- purificava; 2- contaminava. Quando o penitente vinha, como vimos, ao santuário apresentar-se perante o Senhor, depois do ofício ali praticado, o pecador saía daqui totalmente purificado pelo sangue do cordeiro – símbolo de Cristo. Só que, aquele sangue não permanecia na 1ª divisão do santuário – o Pátio. Este era transferido para o compartimento seguinte – o Lugar Santo. E o que acontecia agora? Sim, o mesmo sangue que purificou o pecador, agora, contaminava o santuário!
O santuário terrestre não permanecia sujo para sempre, pois uma vez por ano – Êxodo 30.10 - este santuário era totalmente purificado – Dia das Expiações (Levítico 16.1-34; 23.26-31). Para o efeito, eram escolhidos dois bodes: - um, para o Senhor; o outro, para ser o bode emissário, ou para Azazel – Levítico 16.8-10. Depois, era degolado o bode da expiação (para o Senhor) e o seu sangue, que representava o de Cristo, fazia a expiação e limpeza do santuário – v. 15,16,20. Esta era a 1ª parte do serviço. A 2ª parte acontecia logo a seguir. Todos os pecados que foram ali depositados legalmente, expiados e perdoados através do sangue de Jesus Cristo, agora a culpa destes era, pelo Sumo-sacerdote, transferida por imposição de mãos sobre a cabeça do bode emissário – v.21 - sobre aquele que representava Satanás – o acusador – cf. Zacarias 3.1,2; Apocalipse 12.9,10 e conduzido ao deserto para ali morrer, levando sobre si “(…) todas as iniquidades deles à terra solitária (…)” – v. 22.
Estas mesmas duas fases terão início na 2ª vinda de Cristo. A primeira, no momento da Sua vinda – onde os salvos O acompanharão ao Céu - I Tessalonicenses 4.16,17. Agora dar-se-á início à segunda fase. Assim como o bode para Azazel era conduzido ao deserto para aí morrer, levando sobre si a culpa do pecado, da mesma maneira agora, Satanás ficará, nesta Terra desertificada mil anos – Apocalipse 20.2. Depois deste período de tempo, Jesus voltará a esta Terra para dar cumprimento ao que resta da 2ª fase, isto é, colocar, finalmente, não só sobre Satanás a culpa de ter feito pecar o povo de Deus, como também justiçar todos aqueles que rejeitaram a expiação do Seu sangue. Agora, Satanás e os seus anjos, juntamente com estes, serão destruídos para todo o sempre – Apocalipse 20.9 – para que se cumpram as palavras do profeta, que dizem: - “Porque, eis que aquele dia vem ardendo como forno (…) de sorte que lhes não deixará nem raiz (Satanás e os seus anjos) nem ramo (ímpios)” – Malaquias 4.1.
As Igrejas vêem, de uma forma limitada, a maneira de Deus resolver o problema do pecado. Para estas, basta confessá-lo e Ele perdoa! Mas, não esqueçamos que o pecado tem consequências muito mais vastas. Porque quando Deus tira o nosso pecado podemos ficar satisfeitos. Mas, o problema é que, até este momento, nada mais houve do que a transferência do pecado, nada mais. Como vimos, neste momento, o santuário fica contaminado com o pecado. Eis, como vimos, a razão pela qual Deus tem que o purificar, a exemplo do que acontecia no santuário terrestre, uma vez por ano - Levítico 30.10. Esta é uma doutrina bíblica – a purificação do santuário – caso contrário teríamos que passar por alto o que foi escrito em termos proféticos – “(…) até duas mil e trezentas tardes e manhãs e o santuário será purificado” - Daniel 8.14.
Voltando a Daniel 11.31, a que tipo de “profanação” contaminará o santuário? A legal ou ilegal? O texto está a referir-se à acção, não esqueçamos, do papado e, assim sendo, a referida profanação é ilegal, ou seja, feita sem sangue, sem Cristo. Pois, o que é que contaminava o santuário ilegalmente? Vejamos, para o efeito, o livro do profeta Ezequiel. Este profeta foi contemporâneo de Daniel. Este último foi levado para cativeiro, em Babilónia, no ano 605 a.C., devido à 1ª incursão do rei Nabucodonosor, rei de Babilónia, sobre Jerusalém – Daniel 1.1-4. O profeta Ezequiel, por sua vez, foi levado em cativeiro mais tarde, no ano 597 a.C., ou seja, na 2ª incursão deste mesmo rei a Jerusalém – II Reis 24.12,14. Ambos os profetas estiveram em Babilónia. Devido a este facto, será que o profeta Ezequiel terá algo a dizer acerca deste mesmo tema – o santuário – e respectiva profanação? Ora vejamos: - (v.36)- “E disse-me o Senhor: Filho do homem, julgarias a Aolá (Samaria) e a Aolibá (Jerusalém)? Mostra-lhes, pois, as suas abominações. (37)- Porque adulteraram e sangue se acha nas suas mãos; com os seus ídolos adulteraram, e até os seus filhos, que de mim geraram, fizeram passar pelo fogo, para os consumir” – Ezequiel 23.
O texto refere: “Mostra-lhes, pois, as suas abominações (…). Porque adulteraram”. No contexto de interpretação, será que este poder, o papado, não adulterou e fornicou espiritualmente ao longo de toda a Idade Média? Sem sombra de dúvida. Depois, o texto acrescenta: - “e sangue se acha nas suas mãos”. Será que a História Medieval o mostra claramente? Na verdade, tanto e tanto sangue inocente derramou esta Igreja, em nome de Cristo. Depois para compor o cenário refere: - “com os seus ídolos adulteraram”. Será que este poder religioso é idólatra, segundo o conceito bíblico? O que é que esta Igreja fez do 2º mandamento da Lei de Deus, comparativamente com a Lei que esta Igreja diz ser a Lei da Igreja e que não somente a mostra como a compara com a lei de Deus – Êxodo 20.1-17 - no seu catecismo. Assim, no quadro comparativo exposto, podemos constatar que, o 2º mandamento da Lei de Deus que proíbe a veneração das imagens, segundo a a Palavra de Deus, ali está expresso; mas, quando o procuramos no quadro que contém a Lei da Igreja, este, simplesmente, é omitido! Infelizmente, na verdade, o que é que existe na Igreja? Totalmente decorada com imagens de escultura em representação de seres humanos. Esta forma de se apresentar e de cultuar, biblicamente, só tem um nome – idolatria.
O texto continua: - “e até os seus filhos, que de mim geraram, fizeram passar pelo fogo, para os consumir”. Poder-se-á argumentar que esta parte do versículo é uma referência ao Israel antigo, não a esta Igreja que é, dizem, o bastião, a continuidade do verdadeiro cristianismo! As coisas vistas sob este prisma, aparentemente, esta Igreja não o faz, literalmente falando. Mas, para compreendermos esta denúncia do texto, temos que ter presente o porquê, na época. Os falsos sacerdotes no Velho Testamento tinham uma noção falsa de Deus, pois tinham-n’O como um Deus tirano e sanguinário. Que Deus estava à espera para ver quando um pecador se desviava d’Ele e, quando isto acontecesse, Ele enviava raios do Céu para o castigar. Para que possamos melhor compreender este contexto mental basta recordar um episódio da vida de Martinho Lutero que reza assim: - “”Em 1501, com a idade de dezoito anos, Lutero entra para a universidade de Erfurt. Quatro anos mais tarde, é mestre em artes. O seu pai deposita nele grandes esperanças. (Uma série de incidentes e o espírito do seu tempo conduzem-no, contra a vontade do pai ao mosteiro. (…). O choque inicial é, talvez, o incidente de terça-feira de Páscoa de 1503. Na estrada, fere-se com a sua espada (a Saxónia é perigosa, não se viaja sem arma). Quase morre com uma hemorragia. (…) Que significam todos estes esforços para nada, perante o enorme risco de se perder? (…). O segundo incidente é ainda mais famoso. A 2 de Julho de 1505, no meio de uma tempestade, dos relâmpagos, escapa à morte por um triz e fica com um medo louco. Em 1503-1505 dá-se a primeira crise, aquela que o conduz, a 17 de Julho de 1505, aos monges de Santo Agostinho (…)”.
Esta era a maneira como muitas vezes viam a divindade. Israel absorveu estas práticas pagãs – II Reis 4.3;23.10 – em vez de dar luz, visto ser este o alto chamado de Deus ao Seu povo. Este, ao contrário, assimilou as trevas do paganismo. Foi isto que Israel fez em certas fases da sua história – cf. Jeremias 7.31; 19.4,5. Portanto, o povo tinha aprendido a sacrificar os seus filhos, aos ídolos, para que a divindade se pudesse aplacar e acalmar. A Igreja Católica tem uma doutrina que tem por base este conceito – a doutrina do Inferno. Que conceito tem esta Igreja de Deus e o que ensina aos seus fiéis. Para que Deus não se ire, dizem, é preciso fazer penitência, caso contrário, os penitentes, arderão no Inferno eternamente. Para obviar a tudo isto, o fiel era ensinado e encorajado a fazer peregrinações, pagar indulgências para que desta forma possa escapar à ira de Deus. A este propósito, vejamos o caso de um príncipe contemporâneo de Martinho Lutero: - “Em 31 de Outubro de 1517, Lutero referiu-se publicamente, pela primeira vez, numa prédica, à questão das indulgências. (…) A própria Igreja do Castelo de Vitemberga, continha, graças à devoção e ao dinheiro de Frederico-o-Sábio, relíquias capazes de assegurar aos devotos cerca de cento e trinta mil anos de indulgência!”
Continuemos a leitura no profeta Ezequiel: - “E ainda isto me fizeram: contaminaram o meu santuário no mesmo dia, e profanaram os meus sábados” – Ezequiel 23.38. Aplicar-se-á o que aqui está escrito à Igreja, dita mãe da cristandade, a única Igreja depositária da verdade e em que, segundo afirma, fora dela não há salvação? Recorde-se o que o profeta Daniel disse acerca da actuação do chifre pequeno, a saber: - “(…) e cuidará de mudar os tempos e a lei (…)” – Daniel 7.25. – ou seja, a mudança do Sábado – dia do Senhor – para o Domingo, 1º dia da semana – contrariando a Lei de Deus!
Na Bíblia este é o 4º mandamento da Lei de Deus; no Catecismo é, como vimos, o 3º! Porquê? Pela simples razão, como vimos acima, que o 2º mandamento simplesmente foi apagado, omitido, como facilmente se compreenderá visto constituir uma pedra de tropeço e uma constante reprovação, visto que o seu teor condena a adoração ou veneração a toda e qualquer imagem de escultura. As razões deste mandamento proibitivo são muitas e todas elas veiculadas por textos bíblicos. Mas, uma das razões, a nosso ver, encontra-se no texto de Deuteronómio 4.12 – “Então o Senhor vos falou do meio do fogo; a voz das palavras ouvistes, porém, além da voz, não vistes semelhança nenhuma”. Assim sendo, perguntamos: - Que talento será necessário um ser humano ter para esculpir o/a detentor/a de uma voz se, deste/a, unicamente, ouviu a voz!? Conseguirá adivinhar ou reproduzir, com exactidão, a quem a voz pertence? Confessamos aqui a nossa incredulidade. Assim, além de estarmos a desobedecer à ordem de Deus – 2º mandamento da Sua Lei – estamos a mentir, pois certamente que a dita escultura, em nada, corresponderá à voz ouvida!
Vejamos ainda a continuação do texto do profeta Ezequiel: - “Porquanto, havendo sacrificado seus filhos aos seus ídolos, vinham ao meu santuário no mesmo dia para o profanarem, e eis que assim fizeram no meio da minha casa” – Ezequiel 23.39. Aqui refere que o povo ia perante Deus no “meu santuário no mesmo dia para o profanarem”. Uma vez mais estamos perante uma profanação ilegal. Os pecados não entraram pelo único canal aceitável – o sangue. Assim sendo, Deus não os regista da mesma maneira. Vejamos o v. 40: - “E, o que mais é, mandaram vir uns homens de longe; fora-lhes enviado um mensageiro, e eis que vieram; por amor deles te lavaste, coloriste os teus olhos e te ornaste de enfeites”. Vemos aqui a maneira como Israel se prostituía, adulterava. Será que as filhas de Deus são as que se pintam? Recordemos o passado: - quem se pintou, na Bíblia? Iremos encontrar alguém e tem por nome Jezabel. E qual a razão para tal procedimento? Vejamos: - o rei de Israel (reino do Norte) – Acabe – tinha sido morto – II Reis 22.34-37. O futuro rei – Jeú – dirige-se a Jizreel onde se encontrava a rainha Jezabel, viúva deste rei Acabe – II Reis 9.30.
Esta, quando soube que o futuro rei Jeú vinha ao seu encontro, tudo fez para actuar como sempre fizera anteriormente com o seu falecido marido, ou seja, usar todos os seus artifícios para o seduzir e assim permanecer no trono para concluir o que faltava fazer – destruir o restante do povo de Deus. Esta rainha é conhecida tal como o declarou o futuro rei Jeú acerca dela: - “E sucedeu que, vendo Jorão a Jeú, disse: Há paz, Jeú? E disse ele: Que paz, enquanto as prostituições da tua mãe Jezabel e as suas feitiçarias são tantas?” – II Reis 9.22 – assim como no livro do Apocalipse, onde é dito, acerca desta personagem, na mensagem dirigida à Igreja de Tiatira: - “Mas tenho contra ti que toleras Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensina e engana os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria” – Apocalipse 2.20. à medida que o rei se vai aproximando dela, diz a Palavra de Deus que ela tenta seduzi-lo: - “E Jeú veio a Jizreel, o que ouvindo Jezabel, se pintou em volta dos olhos e enfeitou a sua cabeça e olhou pela janela” – II Reis 9.30. O futuro rei não se deixou impressionar e faz uma pergunta: - “E levantou ele o rosto para a janela e disse: Quem é comigo? Quem? E dói ou três eunucos olharam para ele. Então disse ele: Lançai-a de alto a baixo. E lançaram-na de alto a baixo; e foram salpicados com o seu sangue, a parede e os cavalos, e ele a atropelou” – II Reis 9.32,33. Refere o texto que tudo ficou salpicado com o seu sangue – parede e cavalos. Será que este cenário não nos recorda um outro? Claro, quando cai Babilónia, unida com os reis da Terra – cf. Apocalipse 14.20.
Voltando ao texto de Ezequiel: - “(..) te lavaste, coloriste os teus olhos e te ornaste de enfeites” – Ezequiel 23.40. Afinal, quem é que usa jóias? Aqueles que se desviam de Deus, os que têm outros deuses e interesses. Neste caso – as prostitutas. Espiritualmente, qual é o seu nome? Babilónia – Apocalipse 17.4. Isto quer dizer que, actualizando o texto, então os resquícios desta – Babilónia - ainda existem na Igreja, dita remanescente. Na verdade, a Igreja, contrariamente ao que muitos afirmam, não é Babilónia, mas continua, isso sim, a ter no seu seio babilónicos. Continuando a leitura do texto profético de Ezequiel: - (v.41)- “E te assentaste sobre um leito de honra, diante do qual estava uma mesa preparada; e puseste sobre ela o meu incenso e o meu óleo. (42)- Havia com ela a voz de uma multidão satisfeita e com homens de classe baixa foram trazidos beberrões do deserto; e puseram braceletes nas suas mãos e coroas de esplendor nas suas cabeças. (43)- Então disse à envelhecida em adultérios: Agora deveras se contaminarão com ela e ela com eles. (44)- E entrarão a ela, como quem entra a uma prostituta; assim entraram a Aolá e a Aolibá, mulheres infames” – Ezequiel 23. É interessante a forma como o profeta descreve a crescente degradação espiritual do povo de Deus Todos os povos fornicam com elas – Samaria e Jerusalém -, sim “como quem entra a uma prostituta”. E, tal como a Bíblia o refere, a Igreja prostituída do final dos tempos ou do tempo do fim é chamada a “grande prostituta” – Apocalipse 17.1. Vejamos ainda o v. 47 – “E a congregação as apedrejará com pedras, e as acutilará com as suas espadas; a sues filhos e suas filhas matarão, e as suas casas queimarão a fogo” - Ezequiel 23. Na verdade, esta é a mesma descrição que encontramos no livro que serve “(…) para mostrar (…) as coisas que brevemente devem acontecer (…)” – Apocalipse 1.1 – que faz do fim da prostituta Babilónia, ou seja, da falsa Igreja de Deus. Sim, no tempo do fim, as espadas que serviram para aniquilar o povo de Deus, voltar-se-ão para destrui-la; sendo esta, finalmente, queimada pelo fogo – Apocalipse 18.8,9.
Retomando Daniel 11.31: - este texto, como vimos acima, falava de uma “profanação do santuário” - e em que é que esta consiste? Em muitas coisas, como por exemplo: idolatria, derramar sangue inocente, fornicação com os reis da Terra, adulterar as doutrinas de que deveria ser uma fiel depositária e porta-voz, entre tantas outras, a capital, ou seja desonrar o Sábado – santo dia do Senhor – Isaías 58.13. Tudo isto aplica-se às actividades do poder que actua, biblicamente falando, sob o nome de chifre pequeno, o qual é totalmente culpado, visto que o que este poder fez ao longo da Idade Média, o fará de novo, quando a sua ferida mortal, a seu tempo for sarada – Apocalipse 13.3. Este falava também que “(…) tirarão o contínuo (…)”. O que é, na verdade, o “contínuo”? Ele é o sacrifício diário que era oferecido do Pátio do santuário, pelo pecador, pela manhã e pela tarde – Êxodo 29.38,39. A Igreja Romana instituiu um falso sacrifício. E como é que este se chama? O sacrifício da Missa. Apesar desta organização religiosa merecer todo o respeito, como qualquer outra, pensamos não estar, de forma alguma, a desrespeitar seja quem for, ao denunciarmos as alterações espúrias, contrárias à sã verdade bíblica, visto que ninguém tem o direito de o fazer. Cada um é livre de não aceitar o que está escrito, mas esta liberdade não lhe dará, de modo algum, o direito de torcer ou anular um - “Assim diz o Senhor”.264 Esta organização religiosa, dizíamos, ensina que em cada missa, em todo o mundo, quando o sacerdote repete as palavras pronunciadas por Cristo: - “Não é o homem que faz com que as coisas oferecidas se tornem Corpo e Sangue de Cristo, mas o próprio Cristo, que foi crucificado por nós. O sacerdote, figura de Cristo, pronuncia estas palavras, mas a sua eficácia e a graça são de Deus. Isto é o Meu Corpo, diz ele. Esta palavra transforma as coisas oferecidas”; de imediato, parece, a hóstia transforma-se, completamente, no corpo de Cristo; naquele momento acontece um verdadeiro sacrifício de Cristo. Eis aqui um falso sacrifício, pois leva o crente a, em vez de olhar para o verdadeiro sacrifício na cruz por si, pecador, leva-o a olhar para o falso sacrifício da Missa. Isto dito por outras palavras, e para estar em consonância com o texto profético: - o que aconteceu foi que o sistema papal transferiu, desta forma, o contínuo do Céu para a Terra, para o homem, em lugar do verdadeiro sacerdócio de Cristo, exercido presentemente, no santuário celeste, em favor do penitente, tal como o refere claramente as Sagradas Escrituras – (v.14)- “Visto que temos um grande sumo-sacerdote., Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. (15)- Porque não temos um sumo-sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. (16)- Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, afim de sermos ajudados em tempo oportuno” – Hebreus 4.
Os Pães da Proposição que estavam sobre a mesa no 2º compartimento do santuário terrestre – no Lugar Santo – significam: - “pão”, ou seja, a Palavra de Deus e, por extensão, Jesus Cristo – João 6.48; Deuteronómio 8.3; Lucas 4.4. Cristo está, pessoalmente, no Céu, mas na Terra está presente neste livro – a Bíblia. Curiosamente, com cada um de nós, passa-se exactamente o contrário; ou seja, nós estamos, pessoalmente, na Terra, enquanto que no Céu estamos presentes, num livro – Êxodo 32.32,33. Como vimos, o pão representa a Palavra de Deus. Mas, o que colocou a Igreja Romana em substituição desta? Hoje, como no passado, são cada vez mais actuais a denúncia de Jesus a pretensa Igreja verdadeira do Seu tempo: - (v.8)- “Este povo honra-me com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. (9)- Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens” – Mateus 15. Na verdade, a grande maioria das doutrinas desta religião não tem qualquer base bíblica, citando como exemplo: 1- a doutrina do Purgatório; 2- a doutrina que Maria ascendeu ao Céu, corporalmente; 3- celibato do sacerdote – o que contraria frontalmente - Levítico 21.13; Mateus 8.14; I Coríntios 7.2.
O candelabro que se encontrava, igualmente, no Lugar Santo, no lado oposto à mesa, tinha como função dar luz. Esta peça do santuário tinha, além de outros significados, o de representar o Espírito Santo e Cristo. Cristo disse, quando esteve nesta Terra: “(…): Eu sou a luz do mundo (…)” – João 8.13. Por sua vez, cada um de nós, a Sua Igreja, é convidada a desempenhar esta mesma função. Ele mesmo disse: “Vós sois a luz do mundo (…)” – Mateus 5.14. Mas, contrariamente a esta ordem de Jesus à Sua Igreja, o que é que a história desta nos mostra? A História profana nos ensina que houve um período crucial na Idade Média, o qual se chamou: - Idade das Trevas. E qual a razão de ser deste mesmo período? Pela simples razão de que a Igreja deixou de dar a sua luz. Jesus Cristo, antes de ascender aos Céus, fez uma promessa aos Seus discípulos, e ela consistia no envio do Seu representante – O Consolador, o Espírito Santo – João 14.16;15.26. Mas, com o decorrer do tempo, outro alguém – humano – chamou a si mesmo esta prerrogativa divina.
A História mostra-nos que, unicamente, um líder ousou ocupar, nesta Terra, o lugar deste “Consolador” representante de Cristo na Terra, ao ponto de criar um título para bem o consolidar no seio da cristandade. O título em causa é o clássico – VICARIUS FILII DEI (Vigário, do Filho de Deus). É verdade que, nos dias de hoje este título já não é visível para que tal sistema religioso, ou Igreja, não seja, de uma forma directa associada ao poder que a Palavra de Deus apelida de – Anticristo –palavra composta que, por vezes, significa: - contra Cristo. Aqui, segundo o contexto, o prefixo – ANTI - quer dizer: - em lugar de – e, neste caso, em lugar de Cristo; vejamos alguns textos onde aparece a partícula – Anti: - cf. Mateus 2.22; Lucas 11.11; I Coríntios 11.15. Este poder usurpou o lugar do representante de Cristo na Terra – o Espírito Santo. Nestas condições, em vez da Igreja depender da acção do Espírito Santo, que é representado pelo Candelabro do santuário terrestre – Êxodo 25.31,37; 37.17-28 – dependia e depende de uma simples criatura humana, falha e mortal nesta Terra – o Papa.
Neste mesmo compartimento do santuário – Lugar Santo – existia uma outra peça de mobiliário – o Altar de Incenso (Êxodo 30.1-9). A função de intercessão era executada, preliminarmente, pelo sacerdote neste altar, queimando incenso, para que se cumprisse o que se encontra descrito no último livro da Palavra de Deus, a saber: - “(…) salvas de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos” – Apocalipse 5.8, ou ainda – (v.3)- “(…) e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro, que está diante do trono. (4) E o fumo do incenso subiu com as orações dos santos desde a mão do anjo até diante de Deus” – Apocalipse 8. Neste incenso queimado que libertava este fumo, à medida que subia para o trono de Deus, do outro lado do véu, levava consigo, como vimos, as orações dos santos. Este trabalho apontava directamente para o de Cristo como Sumo-sacerdote que intercede pelo pecador junto ao Pai – Ele que é o ÚNICO intercessor – segundo a Palavra de Deus – I Timóteo 2.5 – não o homem.
A este propósito é interessante recordar uma imagem belíssima que encontramos na Palavra de Deus e que ilustra perfeitamente a função de Cristo. Vejamos este episódio da vida de Jacob – Génesis 28.10-17. Aqui dá-nos a conhecer um sonho que o patriarca teve – sonhou com uma escada “(…) posta na terra, cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela” – v. 12. Ao olharmos para uma escada, esta é composta por quantas partes? Claramente encontramos duas. Uma, de cima e outra, de baixo. Assim sendo, esta terá que estar assente no chão e com tamanho suficiente para alcançar o seu objectivo. E quem representava esta escada? Sim, o próprio Jesus Cristo – João 1.51. Qual o porquê desta imagem? Pela simples razão de que Jesus é homem com os homens e, ao mesmo tempo Deus com Deus. Aqui reside a suprema diferença entre Cristo e um mero sacerdote humano. A exemplo do santuário, a cortina, o véu, que separava o Lugar Santo do Lugar Santíssimo, onde estava o altar de incenso, onde o sacerdote ministrava a queima do incenso intercessório, como vimos, nesta cortina encontravam-se “(..) figuras trabalhadas em ouro, para representar os anjos”. Assim, como o fumo do incenso, ao se elevar e roçando pelo véu e tocando nestes colados no véu, davam a impressão que estes subiam levando consigo, ao trono de Deus, as orações dos santos. Aqui, na imagem da escada passa-se a mesma coisa, os anjos sobem e descem pela escada que é Cristo.
Contrariamente ao que seria de esperar, à luz do que está escrito, este sistema religioso ensina que o ser humano tem necessidade de se confessar a uma criatura, seu igual, para que esta possa, desta maneira, fazer intercessão a seu favor, solicitando para o efeito, a ajuda de Maria, mãe de Jesus, e de todos os santos! Se a intercessão fosse feita desta maneira, tal como este sistema religioso ensina, os anjos deixariam de exercer a sua função, visto que são “(…) espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão-de herdar a salvação” – Hebreus 1.14; Daniel 9.21; 10.12. Portanto, tal pretensão em executar esta função é, no mínimo, absurda e blasfematória, biblicamente falando. Toda esta maneira de proceder não é mais do que o cabal cumprimento do quanto previamente fora anunciado pelo profeta Daniel – “(…) e por ele foi tirado o contínuo e o lugar do seu santuário foi lançado por terra” – Daniel 8.11.
Continuando a parte final de Daniel 11.31: - “(…) estabelecendo a abominação desoladora”. Convinha dizer algo sobre a última palavra deste versículo – desoladora. Na verdade, é uma das transgressões mais terríveis, na medida em que traz consigo uma – assolação ou desolação. Vejamos alguns exemplos: Em Daniel 8.13 encontramos a menção desta mesma palavra que é vertida por “transgressão assoladora”; em Daniel 9.26 é dito que: - “(…) estão determinadas assolações (…); ou “(…) virá o assolador (…) será derramado sobre o assolador”; Daniel 12.11 – “(…) posta a abominação desoladora” – (sublinhado nosso). O que causa “assolação”, “desolação”, “abominação”? Como é que as Sagradas Escrituras definem e compreendem quando utilizam esta última palavra? Vejamos alguns exemplos onde esta palavra é empregue: 1- Adorar ídolos – Deuteronómio 7.25,26; 2- Consultar os mortos – Deuteronómio 18.9-12; 3- Recusar ouvir a Lei de Deus – Provérbios 28.9; 4- Adultério espiritual – Ezequiel 23.36; Apocalipse 18.3; 5- Salvação pelas obras – Lucas 16.15; 6- Comer carne de porco – Deuteronómio 14.3,7,8; 7- Adorar o Sol – Ezequiel 8.15-17 desde muito cedo, no cristianismo, se ensina que se pode adorar Deus no dia do Sol – Domingo; 8- Oferecer sacrifícios a Moloque – Jeremias 7.31; 19.5; 32.35. Será que estas “abominações” trarão desolação a todo o mundo? Sem sombra de dúvida?
Dito isto, iremos colocar em paralelo para que vejamos melhor, as três acções que Daniel 11.31 assinala do rei do Norte contra Deus; como ventilámos acima, estas são as mesmas que, curiosamente, encontramos no poder denominado neste mesmo profeta, de – chifre pequeno:
Acerca desta temática do v.31b – “(…). Estabelece a abominação que faz desolação” ainda acrescentaremos o seguinte: - como sabemos, o capítulo 8 do livro do profeta Ezequiel é conhecido como o “capítulo das abominações”. Aqui elas são mostradas, em crescendo, ao profeta – v.6,13,15. O chifre pequeno tentará “mudar os tempos e a lei” – Daniel 7.25 – constituindo esta a abominação maior que esta personagem irá cometer. Como sabemos, em relação à Lei de Deus, anulou-lhe o 2º mandamento e mudou radicalmente não só o teor do 4º - “lembra-te do dia de Sábado para o santificares (…)” – Êxodo 20.8 – como também este passou para o 3º lugar, visto que o 2º deixou de existir, tal como consta no Catecismo, como vimos anteriormente. Vejamos a abominação que coroa as que o profeta mencionou até al: - “E levou-me para o átrio interior da casa do Senhor, e eis que estavam à entrada do templo do Senhor, entre o pórtico e o altar, cerca de vinte e cinco homens, de costas para o templo do Senhor, e com os rostos para o oriente; e eles adoravam o Sol virados para o oriente” – Ezequiel 8.16. Vemos que esta abominação acontece dentro e não fora do santuário, da Igreja. Eis aqui a maior das abominações – a adoração ao deus Sol. O que é literal no Antigo Testamento, agora tem que ser entendido espiritual ou simbolicamente. E como é que Deus vê tudo isto? Como é que a sociedade encara tudo isto? Não importa que dia é, pois não só qualquer dia é dia para adorar Deus, como também devemos ser honestos, sinceros – pois o resto, pouco interessa. Sábado ou Domingo, que importância terá?
É verdade que o Sábado e o Domingo são dias da semana e iguais, pois têm a mesma duração. Onde reside, pois, a diferença entre ambos? Unicamente porque Deus fez a diferença entre os dois, nada mais! O Sábado é um dia santificado por Deus, enquanto que o Domingo nunca foi mais do que o 1º dia da semana – um dia ordinário, comum, de actividades mercantis – nada mais! Continuando a leitura, vejamos os versos seguintes: - (v.17)- “Então me disse: Vistes, filho do homem? Há coisa mais leviana para a casa de Judá, do que essas abominações que fazem aqui? Havendo enchido a terra de violência, tornam a irritar-me; e, ei-los a chegar o ramo ao seu nariz. (18)- Pelo que também eu procederei com furor; o meu olho não poupará nem terei piedade. Ainda que me gritem aos ouvidos com grande voz, eu não os ouvirei” – Ezequiel 8. No contexto destes dois versículos podemos aperceber-nos que não haverá misericórdia. E quando é que, no mundo, esta já não haverá? Claro, quando se fechar o Tempo da Graça e caiam as pragas.
Neste capítulo podemos ver as abominações contra Deus. Vejamos agora o que vem descrito no capítulo 9, ou seja, se foi anunciada uma destruição. Assim, é normal que, previamente, se saiba quem pertencerá ao grupo dos fiéis que estarão dentro da cidade de Deus – Jerusalém. Deus não irá destruir por destruir, pois precisa saber quem está, verdadeiramente, a adorar o Sol. Portanto, Deus tem que fazer a diferença entre uns e outros, selando-os. Assim, antes que a destruição anunciada nos versos 17 e 18 aconteça, Deus irá selar os Seus servos nas “testas” – daqueles que “(…) suspiram e que gemem por causa das abominações que se cometem no meio dela (Jerusalém)” – Ezequiel 9.4.
Esta abominação é de tal forma grave que faz com que o verdadeiro povo de Deus “suspire e gema” pelo que se está a passar na cidade, ou seja, no mundo cristão, espezinhando o Sábado e adorando e louvando Deus no dia de Domingo. O que sinal será este? O profeta dá-nos a conhecer que este sinal é: - “E também lhes dei os meus sábados, para que servissem de sinal entre mim e eles; para que soubessem que eu sou o Senhor que os santifica” – Ezequiel 20.12. Assim o Sábado será o sinal que fará toda a diferença entre o povo de Deus e os demais. Entre o capítulo 8 e o 9 podemos ver um contraste entre os que adoram o Sol e os que têm o selo de Deus – os que guardam os mandamentos de Deus, tal como se encontram perpetuados na Palavra de Deus – Êxodo 20.1-17. Não acontecerá esta mesma crise no final da história deste planeta? Se examinarmos o livro escrito, precisamente, para este tempo do fim – o Apocalipse – veremos esta mesma tensão – o selo de Deus e a marca da besta – que é, não o Sol, fisicamente falando, mas o dia que o representa – o Domingo – o 1º dia da semana. Ao guardar este dia, o penitente está, não só a desonrar o seu Criador, como também a louvar aquele que criou aquele Dia – o papado – ou seja, tal como diz a Bíblia: - “(…) toda a Terra de maravilhou após a besta” – Apocalipse 13.3
Vejamos ainda os textos vistos anteriormente do profeta Daniel em relação a este tema, ou seja a – “(…). Abominação desoladora”. O contexto é o período da profecia das 70 semanas, o qual começa no ano 457 a.C., passando pelo baptismo de Cristo, no ano 27, pela Sua crucifixão, no ano 31 e atingindo a parte final da última semana destas 70, ou seja, o ano 34, que corresponde à rejeição de Cristo pela nação judaica – “Como também diz em Oseias: Chamarei meu povo ao que não era meu povo; e amada à que não era amada” - Romanos 9.25; Actos 13,46; Gálatas 2.9; 6.16. E, como resultado desta rejeição, ao se quisermos, fecho da Porta da Graça para este povo, dá-se a destruição de Jerusalém, sob os exércitos romanos, no ano 70 da nossa era. Daniel 9.27 fala desta destruição, muito embora este facto não esteja compreendido no período temporal das 70 semanas que se estendeu de 457 a.C. até 34 d.C.. Aqui foi proclamada a sentença, como também dá a conhecer o cumprimento da mesma. A rejeição do Messias, assim como a de Estevão – Actos 7.54-60 – o 1º mártir cristão; este martírio encheu a taça da paciência de Deus para com a nação judaica. Vejamos o texto: - “(…) e o povo do príncipe que há-de vir, destruirá a cidade e o santuário (…)” – Daniel 9.26. Na frase “o povo do príncipe que há-de vir” – a quem se refere, este “príncipe”? Diz respeito, quanto a nós, ao general romano Tito que, tal como o texto profético o refere, destruirá ambas as coisas – a cidade e o santuário. Finalmente, é dito: - “(…) estão determinadas assolações” – v.26b (sublinhado nosso) e “(…) e sobre a asa das abominações virá o assolador (…)” – v. 27.
Aos exércitos de Tito, a Palavra de Deus chama-lhes a abominação que assola Jerusalém. E qual a razão deste último nome? Em que condições espirituais se encontravam os de Jerusalém? Estes eram, simplesmente, apóstatas. Vejamos Mateus 24.15: - “Quando pois virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê entenda”. Encontramos aqui a mesma expressão, até porque se trata de uma citação feita por Jesus do mesmo profeta. Vejamos ainda o v. 20 – “E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno, nem no sábado”. Estes dois pormenores – Inverno e Sábado – são muito significativos: a) Inverno – porque as condições climatéricas não são, para o efeito, as melhores; b) Sábado - porque era dia de repouso. Vejamos um outro texto paralelo: - “Mas quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei então que é chegada a sua desolação” – Lucas 21.20. Através destas palavras ficamos a saber que a “abominação assoladora” está directamente ligada aos exércitos de Roma. E por que era uma abominação? O exército romano tinha uma interessante característica. Esta força militar usava estandartes; e na sua extremidade estava uma águia com as asas estendidas e, à sua volta, uma grinalda redonda de cor dourada que representava o deus Sol. Assim, quando estes chegavam ao seu objectivo e circundavam a cidade a conquistar, cravavam no solo estes estandartes, em sinal de que a cidade cairia, no tempo curto, nas suas mãos e que o seu deus – Sol (Mitra) – lhes daria a vitória.
A “abominação” estava representada por estes estandartes”. Porque, depois de serem cravados no solo, estes estandartes que representavam - o deus Mitra, o deus Sol – os soldados romanos conduzidos pelo seu general, ajoelhavam-se diante dos estandartes e lhes prestavam culto. E, ao fazê-lo, estavam a adorar o deus Sol, a quem representavam. Na verdade, “desde o segundo século, o culto oriental penetrou em Roma de duas maneiras diferentes: em privado, através do culto do Sol Invictus Mitra; em público, através do Sol Invictus Heliogábalo (…). O Sol Invictus Heliogábalo, por outro lado, era um culto popular com templos grandiosos. Durante o reinado do jovem Imperador Antonino Heliogábalo (218-222), este torna-se o culto oficial de todo o Império. Portanto, desde o início do segundo século o culto do Sol invictus era dominante em Roma e noutros lugares do Império”.
Perante este cenário, os filhos de Deus recordaram-se das palavras de advertência proferidas anteriormente pelo Mestre – a abominação desoladora (Mateus 24.15) – e que aquele era o sinal para deixarem a cidade na primeira oportunidade. Mas, como fugir, se a cidade está cercada pelas tropas romanas? Na verdade, tudo estava pronto para o assalto final quando, sem qualquer explicação aparente, os exércitos invasores abandonaram o cerco. Poderá a racionalidade humana explicar os desígnios de Deus? Parecer-lhe-ão loucura – I Coríntios 2.14. Diríamos, parafraseando o adágio popular, que: Deus tem razões que a razão desconhece. Da mesma forma, quando isto aconteceu, os cristãos que estavam na cidade, aproveitaram a ocasião para fugir da cidade; nenhum cristão morreu no posterior cerco e destruição de Jerusalém.
Nos nossos dias, que país no mundo tem uma águia como seu símbolo e à volta desta tem uma circunferência – o Sol? Basta olhar para uma nota de um dólar. Será mera coincidência? Nas duas imagens ali representadas, uma de cada lado, convenhamos, que são muito significativas, até pela língua nelas contida – o latim – a língua oficial de Roma Imperial. Por outro lado, além da águia estar circunscrita, tem sobre a sua cabeça um sol. Do mesmo modo, quando este selo, a seu tempo, for usado para selar as leis dominicais, com o objectivo de impor a observância do dia do Sol – o Domingo – é o sinal, a exemplo do passado, de que deverão, os cristãos, abandonar as cidades. Será que esta relação de factos entre o decreto dominical e o êxodo das cidades é uma mera interpretação para que, eventualmente, coincida com uma determinada ideologia religiosa? Como é que a mensageira do Senhor conhecia esta interpretação dos factos? Claro que, não é uma mera opinião pessoal ou sonho, mas cremos que por inspiração divina.
Esta “abominação” é a adoração ao Sol, no dia estipulado para o efeito – o Domingo – o 1º dia da semana. E qual será o resultado desta abominação? Tal como o texto refere, trará consigo a desolação. E, para o tempo do fim, não será para um determinado lugar específico – Jerusalém – mas, estender-se-á globalmente, a nível mundial. Podemos aperceber-nos, efectivamente, da relação existente entre “cuidará em mudar a lei” – Daniel 7.25 – e este texto – “abominação desoladora” – Daniel 11.31.

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