quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

BABEL NO APOCALIPSE – O RIO EUFRATES

O que é o rio Eufrates ou o que ele representa? Para que possamos apreender todo o seu significado, iremos ver Apocalipse 17. Vejamos, desde já o v.1: - E veio um dos sete anjos que tinham as sete pragas; e falou comigo, dizendo-me: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas. Aqui estão assinaladas duas realidades: 1ª- Uma grande prostituta; 2ª- Esta está sentada sobre muitas águas. Ora, o que representa, para já, uma mulher, na Bíblia? Claro, uma Igreja – cf. Isaías 54.5; Jeremias 6.2; 31.32; II Coríntios 11.2; Efésios 5.23,25. Esta, por sua vez, pode ser pura ou prostituta – que, neste caso, representa esta última designação; uma Igreja apóstata, adultera, que se corrompeu, que fornicava com os reis da Terra - Jeremias 3.6,20; Ezequiel 23.2,3,5,7,22. Na verdade, em lugar de permanecer fiel ao seu marido – Cristo – esta entrega-se aos reis e a quem passa. Em lugar de utilizar o nome do marido – Cristo – visando a conversão das pessoas, utiliza a força do Estado para que, coercivamente, as pessoas venham para a Igreja, para acatarem o que ela ensina.
Esta prostituta não é uma simples prostituta, pois é chamada – “grande prostituta”! Como é que se chama esta mulher? O texto bíblico o revela: - “E na sua testa estava escrito o nome: Mistério, a grande Babilónia, a mãe das prostituições e abominações da terra” – Apocalipse 17.5. Afinal, esta tem um nome já nosso conhecido e muito familiar – “Babilónia, a mãe (…)”. Esta Babilónia é, segundo o texto “a mãe das prostituições e abominações da terra”. Não esqueçamos de algo elementar, mas de extrema importância, ou seja: - será que uma mulher poderá ser mãe sem ter tido filhos? A resposta é, como será de esperar, não. Para nos certificarmos de tal realidade bastará, para o efeito, ler estes
textos: - (V.20) - “Mas tenho contra ti que toleras Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensina e engana os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria. (21) - E dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua prostituição; e não se arrependeu. (22) - Eis que a porei numa cama, e sobre os que adulteram com ela virá grande tribulação, se não se arrependerem das suas obras” – Apocalipse 2.
O início do capítulo 17 dá-nos a conhecer que esta mulher tem uma relação muito íntima com um elemento – a água. Aqui é dito que ela senta-se sobre “muitas águas”. Estas águas, na verdade, o que significarão? Babilónia antiga, como sabemos, repousava sobre o rio Eufrates literal. Segundo o texto bíblico estas “muitas águas” significam: “(…) povos, multidões, nações e línguas” – v. 15. Assim sendo, Babilónia espiritual, do tempo do fim está sentada, por analogia, sobre: “povos, multidões, nações e línguas”. Segundo Apocalipse 17 podemos ver as três partes que compõem esta Babilónia espiritual: 1ª- Os reis da Terra; 2ª- a Besta, ou seja, a mãe; 3ª- o Falso profeta, ou imagem da besta o, por outras palavras – as filhas. Todos estes elementos estarão unidos pelo espiritismo, em rebelião aberta contra Deus, contra a Sua Igreja, contra remanescente desta.
No passado, o criador de Babilónia e o impulsionador do projecto Babel foi, como vimos, Ninrode, que chegou a ser divinizado como deus-Sol, sendo ele próprio o elemento de união. No presente profético, na Babilónia espiritual, esta união será consolidada devido à existência de uma particularidade inerente a estes três poderes – o Domingo. O que irá impor esta coligação político-religiosa para atingir os seus objectivos? Claro, impor uma marca, um selo identificador e galvanizador das diferentes partes – a marca da besta – Apocalipse 13.16. E o que a representará? Sem sombra de dúvida, o dia do Sol – o Domingo. Este será o ponto central da rebelião da criatura em relação ao seu Criador. A exemplo de Ninrode, cujo nome significa: rebelião. Este, na qualidade de deus-Sol, unindo Babilónia para lutar contra Deus para que possa incutir na criatura uma solução totalmente humana para os seus pecados e alcançar, desta forma, o céu. Da mesma maneira, no tempo final, Babilónia unir-se-á em rebelião contra Deus pela imposição da sua marca como dia de repouso. Na verdade, o deus-Sol não é, de modo algum, o verdadeiro Deus. Que o dia do Sol não e, igualmente, o verdadeiro dia de guarda. Deus revelou que é no 7º dia da Criação – o Sábado – em que toda a criatura O deverá adorar, como Deus verdadeiro e Criador. Quem não aderir a este campo estará, por exclusão de partes, no lado do inimigo de Deus – em Babilónia – contra o qual os juízos de Deus serão terríveis – cf. Hebreus 10.31; 12.29.
A Babilónia dos últimos dias, a exemplo do passado, não só construirá também a sua torre, como também enganará quase todo o mundo. Na verdade, o que ensina Babilónia? Porque foi construída, no passado a torre? Porque, tal como vimos, queriam salvar-se a si mesmos, mas continuando a pecar. Vejamos o que fará sub-repticiamente, por sua vez, Babilónia nos últimos dias para atingir o seu nefasto propósito, repetir o mesmo plano do passado, ou seja, proporcionar a cada um, um tipo de salvação pessoal, centralizada na pessoa humana: - “Um estudo da Sagrada Escritura, feito com oração, mostraria aos protestantes o verdadeiro carácter do papado, e os faria aborrecê-lo e evitá-lo; mas muitos são tão sábios em seu próprio conceito que não sentem necessidade de humildemente buscar a Deus para que possam ser levados à verdade. Embora se orgulhem da sua ilustração, são ignorantes tanto sobre as Escrituras, como a respeito do poder de Deus. Precisam de algum meio de acalmar a consciência; e buscam o que é menos espiritual e humilhante. O que desejam é um modo de se esquecer de Deus, que passe por um modo de lembrar-se d’Ele. O papado está adaptado a satisfazer as necessidades de todos estes. Está preparado para as duas classes da humanidade, abrangendo o mundo quase todo. Os que desejam salvar-se pelos próprios méritos, e os que desejam ser salvos em seus pecados. Eis aqui o segredo do seu poder”.
A Babilónia final irá construir a sua torre em rebelião aberta contra Deus. Irá, desta forma, propor ao ser humano, alcançar o Céu pelos seus próprios méritos e esforço. Assim, ensina que a criatura pode salvar-se pelo seu próprio esforço e méritos, ou seja, é a mesma dialéctica do passado – fazer crer que o homem se poderá salvar, pecando! Mas, segundo a Palavra de Deus, afinal, o que é o pecado? Como é que este é definido? Este último, biblicamente falando, só tem uma única definição e é esta: - “Porque o pecado é iniquidade (transgressão da lei)” – I João 3.4. Ou seja, segundo o que está escrito, no original, a palavra grega é – anómós. Esta é uma palavra composta – a + nómós. Assim sendo, temos o prefixo (a) que significa: sem. Depois temos o radical ou base (nómós) que significa: lei. Portanto, a palavra toda junta – anómós – teremos, portanto: sem lei. Tão simples quanto isto – pecado é o ser humano estar entregue a si mesmo, não tendo lei, não tendo Deus; sendo tal qual como o denúncia não só o salmista: - (v.9) - “Como purificará o mancebo o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra. (…) (v.11) - Escondi a tua palavra no meu coração para não pecar contra ti” – Salmo 119 – como também o sábio Salomão: - “Porque o mandamento é uma lâmpada, e a lei uma luz (…)” – Provérbios 6.23. Mas a pseudo nova teologia, que é, afinal, mais velha que o mundo, pois teve a sua origem no Céu, com Lúcifer, ensina que Deus nos irá salvar, não dos nossos pecados, mas em nossos pecados, o que crucial e, ligeiramente diferente! Pois argumentar-se-á que, ao ser humano, é impossível alcançar a vitória sobre o pecado e falhas de carácter!
A Babilónia final terá a mesma postura que a dos primeiros tempos; construíram a torre, símbolo de que se poderiam salvar, pecando; salvação pelos seus próprios méritos. Aquela torre era tão alta que, pensavam, nem Deus os poderia destruir caso houvesse um outro Dilúvio. A Nova Ordem Mundial o que fará é, da mesma forma, construir uma nova torre colossal baseada na velha ideia de que o homem pode salvar-se por si e em si mesmo, ou seja, salvar-se pelo seu próprio esforço e nos seus pecados. Tudo isto, toda esta doutrina é contrária à de Deus, a qual ensina que, só em Cristo podemos vencer o pecado e, consequentemente, que não nos podemos salvar pelos nossos próprios méritos.
Na verdade, será que nós cremos que Deus está atento a tudo o que se está a passar? Será que cremos que Deus conhece os objectivos destes três poderes, como vimos, que compõem Babilónia, ou seja, que Ele conhece os seus planos traçados nas mais secretas reuniões?421 Será que, a exemplo do que aconteceu na Torre de Babel, Ele também desce para ver? – cf. Génesis 11.5. Continuamos a crer que sim. O que escapará, elaborado pelo ser humano, ao Seu controlo? Absolutamente nada, não é verdade? Deus é o Senhor da História de toda e qualquer criatura, como de todo o Universo, Sua criação. Deus, como dissemos, a exemplo do passado, olha para a Torre em que os Seus inimigos estão, neste fase da sua história, agora, a construir. Hoje proliferam tantas correntes de pensamento religioso; todos são diferentes uns dos outros, tal como os nomes que os definem. No entanto, apesar
das suas correntes doutrinárias serem tão diferentes, todas elas têm algo em comum – o homem é o centro da sua própria salvação. O homem é divino e pode salvar-se a si mesmo! É só meditar, concentrar-se e fazer libertar o deus que existe dentro de si, em cada ser humano. Por outras palavras: - conseguir o Céu, a paz interior pelo seu próprio esforço e continuar a pecar, pois Deus já foi removido da nossa mente, sendo Jesus e a Sua obra de salvação em prol do pecador, relegados para segundo plano ou total inexistência pois, em certos círculos, ditos religiosos ou de pensamento espiritual, Jesus não passa de um mestre mais ou menos iluminado, nada mais. Para outras, “A posição social de Jesus Cristo, que a paz esteja com ele, de acordo com o Sagrado Alcorão, é o de um Profeta do mais alto preço e posição sublime. Mas, apesar de tudo isto, o que este profeta disse, infelizmente, não só não tem qualquer valor, como não é para se levado a sério!
Além de tudo isto, talvez menos secreto, aparecerá à superfície aquilo que é mais visível e popular, como por exemplo: - uma lei dominical – que, como o seu nome indica, visa a exaltação do dia do Domingo. Deus está a acompanhar todos os movimentos humanos, tudo o quanto estão a construir. Mas, chegará o momento, no relógio de Deus, em que Babilónia, apesar de estar unida, acontecer-lhe-á o que menos espera – a sua divisão.
Vejamos o texto de Apocalipse 17.1: - “E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças; e falou comigo, dizendo-me: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas”. Como podemos ver, Babilónia está sentada sobre muitas águas que, como sabemos, é o mesmo que dizer – multidões – e as controla. É dito no v.2 – “Com a qual se prostituíram os reis da terra e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição”. Quem é que fornica com esta prostituta? Claro, os reis da Terra. Vemos aqui a coligação mundial que se irá, inicialmente, formar contra Deus. Este vinho que a prostituta dá a beber e que embriaga representam, como sabemos as suas diferentes falsas doutrinas, tais como “(…) a imortalidade natural da alma, o tormento eterno dos ímpios, a negação da pré-existência de Cristo e a exaltação do primeiro dia da semana acima do santo e santificado dia de Deus”. Se estes estão embriagados, como ouvirão e compreenderão a sã doutrina? Como falar ou expor a Palavra de Deus a um embriagado? Nada assimilará todo aquele que estiver saturado do vinho de Babilónia, pois não está em condições de raciocinar e compreender o que está a ouvir.
Segundo o texto, esta embriagou toda a terra com o seu vinho para a colocar sob o seu controlo para estabelecer, desta forma, mais facilmente o seu grande propósito, esta – Nova Ordem Mundial. No v.3 é dito: - “E levou-me em espírito a um deserto; e vi uma mulher sentada assentada sobre uma besta de cor escarlata que estava cheia de nomes de blasfémia e tinha sete cabeças e dez chifres”. Aqui é dito, desta vez, que a prostituta está sentada sobre uma besta. Na verdade, quando alguém está montado sobre um cavalo, por exemplo, quem é que domina? O cavalo ou o cavaleiro? A resposta é óbvia, não é verdade?! Assim, esta mulher controla esta besta, dizendo-lhe o que deve fazer; e não somente a esta como também às “águas” mencionadas anteriormente, ou seja, multidões, povos, nações e línguas – cf. v.15. A cor desta besta é de “escarlata”, ou seja, vermelha. Qual o porquê desta cor? O v.6 o explica claramente – “E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos e do sangue das testemunhas de Jesus (…)”. Claro, verte o sangue dos verdadeiros filhos de Deus.
Vejamos o v.4: - “E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata e adornada com ouro e pedras preciosas e pérolas; e tinha na sua mão um cálice de ouro cheio das abominações da imundícia da sua prostituição”. Esta mulher, curiosamente, também a exemplo da besta por ela montada está vestida de cor “púrpura e escarlata”. No versículo anterior é dito que a besta, além de ter esta cor estava coberta de “nomes de blasfémia”. O chifre pequeno de Daniel 7, assim como a besta mencionada no Apocalipse 13.1, e a de Apocalipse 17.3, têm não só “nomes de blasfémia” ou “proferem blasfémias” – Daniel 7.8,20,25 (falava grandiosamente e blasfémias – cf. Apocalipse 13.5), como também “faz guerra aos santos” – Daniel 7.21,25; Apocalipse 17.6. Esta mulher está “adornada com ouro e pedras preciosas e pérolas”; tudo isto faz-nos recordar Daniel 11.38 – onde fala destas mesmas coisas (ouro, prata e pedras preciosas), inerentes ao rei do Norte. No capítulo 18.16 encontramos mencionado o mesmo cenário; só que aqui fala da grande cidade, ou seja a mesma personagem só que com diferente nome – cf. Apocalipse 17.18. Tudo fala da mesma coisa, da mesma personagem, tendo as mesmas características para diferentes nomes!
No versículo 4, esta mulher tem, na sua mão, um cálice de ouro, o qual está cheio de “abominações” e de “imundícias” resultantes da sua prostituição, infidelidade para com o seu marido – Deus. Ela está a dar de beber a todas as nações o conteúdo existente naquele cálice, ou seja, como já vimos, o quanto a define, a razão de ser da sua infidelidade, as suas doutrinas que, tal como o vinho, embriaga bebidas em excesso, visto serem muito doces e fáceis de assimilar, interiorizar. Sim, para que os governantes das nações creiam que ela irá estabelecer, à luz do que preconiza e a define, sob esta Nova Ordem Mundial, uma época dourada de paz e de prosperidade.
Segundo o v. 5 – “E na sua testa estava escrito o nome: Mistério, a grande Babilónia, a mãe das prostituições e abominações da terra” – quem irá liderar esta coligação mundial? Será ainda uma hipotética ressurreição de um qualquer tipo de comunismo? Será um forte protestantismo? A resposta só poderá ser uma – a mãe. A Igreja Romana auto intitula-se de “mãe”, e quando se pronuncia sobre as restantes Igrejas ditas – protestantes – refere-se às “filhas”. Não deixa de ser curiosa a inscrição que se encontra gravada na fachada da Basílica de Latrão para caracterizar o poder sucessor do Imperador Constantino em Roma. E se estas ditas – filhas – estão separadas, agora só falta aceitar o convite para que voltem, de novo, às origens – à Igreja Universal – ou Católica.
Mas, pensemos um pouco sobre o que acabámos de ver: - o que aconteceria se, de repente, tomássemos conhecimento de que a nossa mãe, afinal, é uma bruxa, uma mulher de má porte! Será que, naturalmente, a continuaríamos a acarinhar? Será que continuaríamos indiferentes? É lógico pensar que não. No entanto, nos nossos dias, existem muitos milhões de pessoas que seguem esta “mãe Igreja” acarinhando-a e, acima de tudo, seguindo-a! Segundo a Palavra de Deus, esta “mãe Igreja” está cheia de demónios; e se tal é um facto, então com propriedade poderá ser considerada de – bruxa – cf. Apocalipse 18.2. Pois como é que esta está apresentada nas Sagradas Escrituras? Tal como já vimos, ela está descrita como alguém que é: 1º- prostituta; 2º- que fornica continuamente contra o seu senhor – Deus, Cristo.
Vejamos o v. 16: - “E os dez chifres que viste na besta são os que aborrecerão a prostituta e a porão desolada e nua e comerão a sua carne e a queimarão no fogo” – Apocalipse 17. Aqui são mencionados “dez chifres”; estes foram identificados no v.12 como sendo “reis”. Em Daniel 7, a besta ali mencionada tem também dez chifres – v.7. Perguntemos: - e quantos chifres existem na cabeça da besta mencionada no Apocalipse 13? Curiosamente, os mesmos dez chifres – v. 1 Será uma coincidência ou estamos, de facto, a falar do mesmo poder? Claro que se trata da mesma entidade, do mesmo poder. A exemplo do quanto encontrámos em Daniel 2, o ferro e o barro misturaram-se, ou seja, esta amálgama dita por outras palavras, deu-se a união da Igreja com o Estado. Qual o propósito? Para obrigar os seres humanos, tal como o refere com toda a clareza, a História da Idade Média, a seguirem tudo o que a “Igreja mãe” dizia e ensinava. O mesmo, segundo o que está escrito, acontecerá de novo, num futuro muito próximo.
Aqui, neste v. 16, há algo que nos chama a atenção, visto que algo de extraordinário e, ao mesmo tempo, estranho irá acontecer com estes reis da Terra. A dado momento, algo irá suceder, igualmente, a todo o protestantismo apóstata – as filhas – em relação à – mão Igreja. O texto em lide dá-nos a conhecer que estes reis “aborrecerão a prostituta”. O que é que este cenário nos faz recordar? Claro, o conteúdo da sexta praga – “E o sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates; e a sua água secou-se para que se preparasse o caminho dos reis do oriente” – Apocalipse 16.12. Aqui é dito que a água do grande rio Eufrates irá secar em consequência desta praga. Ora, se, como vimos, as águas representam “povos, multidões, nações” – Apocalipse 17.15. – e se a prostituta se senta sobre as mesmas – Apocalipse 17.1 – então o que significará a expressão: - “e a sua água secou-se”? Significa, simplesmente, a nosso ver que, em algum momento da História, as multidões, nações, povos que apoiavam e, ao mesmo tempo eram controladas pela prostituta, nesta precisa ocasião e situação, lhe irão retirar totalmente o seu apoio prestado até ali. Por outras palavras – a união que caracterizou Babilónia – agora, ela deixará de existir e, consequentemente, Babilónia será dividida – pois o que se passará é que lutarão uns contra os outros, internamente, anulando-se mutuamente – “a água secará”.
Em Apocalipse 17, logo nos primeiros versículos, é dito que a prostituta e os reis da Terra estão a deleitar-se com a sua fornicação. A prostituta continua a dar-lhes o seu vinho, ou seja, as suas falsas doutrinas. De igual modo, tem sob o seu controlo os comerciantes de toda a Terra – Apocalipse 18.11. Se virmos bem, trata-se da mesma personagem do capítulo anterior. Aqui Babilónia é apresentada sob o símbolo de uma mulher – capítulo 17 – enquanto no capítulo 18 esta é apresentada como uma cidade – aquela que encontramos no final do capítulo 17.18: - “E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra”. No capítulo 17 a mulher controla os reis; no capítulo 18 ela - “a grande cidade” – controla, desta vez, todo o comércio mundial. Todos estão unidos; todos a apoiam, a saber: reis – multidões – comerciantes – numa palavra, tudo o que sob este contexto compõe as – filhas. Todos estão unidos para estabelecer o que pensam ser uma Nova Ordem Mundial, continuando a fornicar contra Deus e continuando a beber do seu vinho, ou seja, as suas falsas doutrinas. Apesar de tudo isto, mesmo assim, crêem que está para vir uma época de paz e de prosperidade427 mas, naquele momento, tal como está escrito, as águas secar-se-ão, ou seja, todos deixarão de a apoiar. E o que farão com a autoridade que os liderou até aquele momento? O texto bíblico o revela claramente: - “(…) e a porão desolada e nua e comerão a sua carne e a queimarão no fogo” – Apocalipse 17.16.
O que se passou na torre de Babel com a união que esteve na sua base? É-nos dito que vieram “relâmpagos e trovões do céu” que derribaram a torre; depois, a confusão linguística, ao ponto de provocar o caos, matando-se uns aos outros. O secar das águas do rio Eufrates é exactamente isto, como vimos, pois o apoio que a prostituta tinha e que, a seu temo, deixará de ter. Recorde-se aqui que de uma história bíblica que nos ajudará a compreender o que nos ocupa, ou seja, que aconteceu quando o povo de Deus esteve junto ao mar Vermelho, quando saiu do cativeiro, no Egipto. Eles queriam progredir mas, esta enorme extensão de mar os impedia – Êxodo 14-15-31. Simbolicamente, enquanto o mar esteve unido, este foi favorável ao poder que perseguiu o povo de Deus, na pessoa de – Faraó ou do dragão – Ezequiel 29.3. Mas, sob a ordem de Deus, “Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se em seco e as águas foram partidas” – Êxodo 14.21.
Após Moisés ter estendido a vara passaram-se duas acções: 1ª- O mar secou-se; 2ª- as águas foram partidas, divididas. Como resultado desta divisão, um caminho seco formou-se para salvação do povo de Deus, para que esta multidão passasse. E quando esta passou, o dia estava a amanhecer – v. 24. Assinalaremos um detalhe que, na narrativa que nos ocupa - Êxodo 14.22-24 – não se encontra, mas que o encontramos no Salmista, relatado desta maneira: – (V.17) - “Grossas nuvens se desfizeram em água; os céus retumbaram; as tuas frechas correram duma para outra parte. (18)- A voz do teu trovão repercutiu-se nos ares; os relâmpagos alumiaram o mundo; a terra se abalou e tremeu” – Salmo 77. Agora o cenário está completo. E o que vemos aqui? Note-se o caótico apresentado por este cenário tempestuoso.
É interessante o que encontramos aqui em toda esta descrição dos elementos da Natureza. No entanto, queremos chamar à atenção para um pormenor neste v. 17, que é a pequena frase “as tuas frechas correram de uma para outra parte”. Afinal, de que se tratará? Que flechas do arsenal de Deus se refere? A resposta é pedras de granizo, saraiva. Portanto, caíu sobre eles: relâmpagos, trovões, chuva e granizo. Como resultado, as rodas dos carros atolaram-se e, de novo, tudo ficou mais difícil para os Egípcios. Anteriormente, não só as águas estavam unidas, como também eram inimigas do povo de Deus; estas dividiram-se para que o povo de Deus pudesse passar; agora, estas mesmas águas enfurecidas unem-se para aniquilar Faraó e o seu exército – Êxodo14.27,28. Isto ilustra, claramente, o que irá acontecer com Babilónia nos seus últimos dias da história desta Terra.
O povo de Deus estará, igualmente, um dia, à beira do mar Vermelho espiritual, sem escape. Sim, “(…) resolver-se-á dar em uma noite um golpe decisivo, que faça silenciar por completo a voz de dissentimento e reprovação. O povo de Deus – alguns nas celas das prisões, outros escondidos nos retiros solitários das florestas e montanhas – pleiteia ainda a protecção divina, enquanto por toda a parte grupos de homens armados, instigados pelas hostes de anjos maus, se estão preparando para a obra de morte”.428 A Nova Ordem Mundial está pronta a aniquilar o povo de Deus. Babilónia tem duas características: 1ª- depende, totalmente, da sabedoria humana, pois ensina tradições e ensinos humanos; 2ª- tenta aniquilar todo aquele que não estiver em harmonia com os seus ensinos.
Quando a unificação total de Babilónia estiver concluída, aparentemente, não haverá salvação para o povo de Deus. Mas, de repente, as águas do rio Eufrates espiritual secam, tal como aconteceu no mar Vermelho e preparará o caminho para a entrada do povo de Deus na Nova Jerusalém. As águas do rio Eufrates se secaram para preparar o caminho para os reis do oriente – cf. Apocalipse 16.12. Mas, quando Cristo voltar, virá com granizo, com tempestuosa chuva; virá do Oriente; as águas se partirão, se abrirão; estas retirarão o seu apoio a Babilónia; os reis, igualmente, retirarão o seu apoio à prostituta; o protestantismo apóstata abandoná-la-á também. Enfim, todas as águas espirituais que apoiavam Babilónia, a prostituta, deixarão de o fazer; as águas secam e, sob a sétima praga todo o sistema cai, afunda-se e matam-se uns aos outros.
O texto de Apocalipse 16.17 revela que – “E o sétimo anjo derramou a sua taça no ar e saiu grande voz no templo do céu, do trono, dizendo: Está feito”. Vejamos algumas particularidades aqui encontradas. Na verdade, de onde sai esta voz? Ela sai: 1º- do templo; 2º- do Céu; 3º- do trono. E qual é o trono de Deus no templo celestial? É a Arca da Aliança, do Pacto. E o que é que esta Arca contém? E o que é que origina as pragas? É dito que os anjos saem do templo, mais precisamente do Lugar Santíssimo, para derramar as pragas, segundo Apocalipse 15.5,6. Isto quer dizer que o lugar de onde saem as pragas é da Arca. E por que as pragas são oriundas da Arca da Aliança? E o que havia dentro da Arca? Claro, a Lei de Deus.
O castigo sai do templo, da arca. Porque é que os habitantes da Terra invalidaram e quebrantaram a Lei de Deus? Para que não restem quaisquer dúvidas acerca do que acabamos de dizer, vejamos um episódio do Antigo Testamento, quando a Arca foi tomada pelos Filisteus – cf. I Samuel 4.17. Este povo era ímpio e desobedecia à Lei de Deus. Estes levaram a Arca à cidade de Asdode – I Samuel 5.1 – e Deus os feriu com hemorróidas – cf. I Samuel 5.6 – aqueles que, teimosamente, desrespeitam a Lei de Deus. Por isso é que no texto do Apocalipse refere que a sétima praga vem: 1º- do templo; 2º- do Céu; 3º- Do feiticeiro. E, finalmente, a voz diz: - “Está feito” – Apocalipse 16.17. Já não haverá Nova Ordem Mundial. Na verdade, esta ideia nefanda terminará contra Deus. Agora, a Palavra de Deus irá actuar para dividir. Vejamos o v.18 – “E ouve vozes, trovões, relâmpagos e um grande terramoto como nunca tinha havido desde que há homens sobre a terra; tal foi este grande terramoto” – Apocalipse 16.18.
Recorde-se, a este propósito, um outro texto das Sagradas Escrituras que descreve o ambiente nefasto da época da Revolução Francesa em relação à Palavra de Deus, representada pelas duas testemunhas, isto é, – Antigo e Novo Testamento -– as quais foram duramente condenadas. Este texto refere o seguinte; - “E naquela mesma hora houve um grande terramoto, e caiu a décima parte da cidade (…)” – Apocalipse 11.13. Aqui diz que “houve um grande terramoto, e caiu a décima parte da cidade”, ou seja, de Babilónia espiritual. Das dez divisões da Europa caiu França, ou seja, um dos reinos do papado, na Revolução Francesa, na medida em que “o epicentro da localizou-se numa da cidade e manifestou-se no encerramento dos 1260 anos, na década de 1790. Era a França o mais antigo país cristão da Europa Ocidental. Foi esta nação a primeira a abraçar o cristianismo no mundo ocidental, que apostatou tão profundamente e que subverteu de modo tão grotesco os valores cristãos durante a Revolução Francesa. Uma vez, porém, que o terramoto ocorreu em apenas uma da grande cidade, percebemos que esta, como um todo, representa muito mais que a França apenas. A grande cidade é a comunidade completa (…)”.
Uma décima parte caiu causada pelo terramoto. O que se passou nesta revolução? O que fez o povo? Este rebelou-se contra a Igreja e contra a nobreza; eram todos contra todos. Numa síntese temos: - “O espírito da Revolução Francesa que é representado pelas forças que sobem do abismo – Apocalipse 11.7 -, não somente a religião oficial é atacada, mas tudo o que a recorde ou inspire. O novo culto da Razão promoveu a destruição das Escrituras e a negação de Deus”. Como vimos acima, no relato profético fala de “vozes, trovões, relâmpagos e um grande terramoto” – Apocalipse 16.18 – algo que nada tem a ver com a França, mas sim com Babilónia espiritual. A Babel do passado, não resistiu, dividiu-se e desapareceu como projecto – Génesis 11.8. O mesmo acontecerá, no futuro, com Babilónia espiritual que é de âmbito mundial. Como consequência directa deste grande terramoto “a grande cidade fendeu-se em três partes; e as cidades das nações caíram; e da grande Babilónia se lembrou Deus, para lhe dar o cálice do vinho da indignação da sua ira” – Apocalipse 16.19
Qual o evento que se esperará logo após? Este é, como facilmente se compreenderá, o que se encontra descrito no capítulo 19 do Apocalipse, ou seja – a segunda vinda de Cristo. Comparemos com o passado para podermos sentir que a mesma estrutura está presente. Recordemos aqui Daniel 2. Qual foi o próximo acontecimento após os pés em ferro e barro? Claro, a segunda vinda de Cristo – Daniel 2.34,35. Qual será, agora sim, a verdadeira Nova Ordem Mundial, visto que, até então, o que existiu mais não foi do que a falsa e Velha Desordem Mundial. Sem dúvida que será aquela que instaurará Aquele que vem do Alto, Aquele que é exterior à História e não do poder que é de baixo, o projecto humano – efémero e fugaz – onde só existiu opressão, dor e morte. Esta Nova Ordem Mundial, a verdadeira, será instaurada por Aquele que é o Amém, o Eterno – Apocalipse 1.8. Aquele cujo nome é: Rei dos reis e Senhor dos senhores – Apocalipse 19.16 – ou seja, o verdadeiro Deus, o Único.

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