sábado, 28 de janeiro de 2012

A PROMESSA DE RESTAURAÇÃO NO APOCALIPSE

Volvamos os nossos olhos para o Jardim do Éden. Depois de ter criado o primeiro casal e de lhes ter preparado um belíssimo jardim como morada, ordenou Deus que não se comesse do fruto da árvore da ciência do bem e do mal; mas, tendo entabulado conversa com a serpente, Eva cedeu à tentação e, posteriormente, também levou seu marido ao pecado. E, como consequência de sua desobediência, foram expulsos daquele lugar paradisíaco; porém, antes de serem expulsos, disse Deus à serpente: "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o Seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu Lhe ferirás o calcanhar." Génesis 3:15. Essa sentença contra a serpente se constituiu na primeira promessa de salvação para a raça humana. A serpente era quem havia induzido o ser humano a pecar e se sua cabeça deveria ser esmagada, então era lógico subentender aí uma promessa de restauração. Ao pecar, o homem não ficou em desarmonia com o tentador, pois "aquele que é vencido fica escravo do vencedor." II Pedro 2:19. As palavras que faziam referência a uma inimizade entre a serpente e a mulher, só poderiam ser encaradas de um modo: o próprio Deus iria intervir quebrando a harmonia criada entre a serpente e a humanidade. E observe-se que a profecia fazia menção ao Descendente da mulher. A batalha contra o vil tentador não seria vencida pela própria mulher, mas sim por um de seus descendentes, o mais excelente deles.
A PROMESSA É REAFIRMADA NO APOCALIPSE.
Esta profecia é retomada em Apocalipse capítulo 12. Ali aparecem novamente a mulher, a serpente e o Descendente. É na verdade uma representação profética do longo conflito entre o tentador e o povo de Deus através dos séculos. Expõe a identidade da vil serpente, bem como a única maneira de vencê-la. Por isso, o estudo meticuloso desse capítulo se reveste de real importância e será nosso objetivo examiná-lo nesta lição. Vejamos o que diz Apocalipse 12: "Viu-se grande sinal no céu, a saber, uma mulher vestida do sol com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça, que, achando-se grávida, grita com as dores do parto, sofrendo tormentos para dar à luz." Apocalipse 12:1 e 2.
SIMBOLOGIA NO LIVRO DO APOCALIPSE.
Essa passagem de Apocalipse, assim como todo o livro, é altamente simbólica e sua linguagem profundamente enigmática. Por que teria Deus fornecido a revelação apocalíptica dessa maneira? Resposta: para protegê-la dos infiéis. Jesus usou o mesmo método quando esteve empenhado em Seu ministério de pregação do Evangelho. Certa vez, disse o seguinte: "A vós outros vos é dado o mistério do reino de Deus, mas aos de fora tudo se ensina por meio de parábolas, para que vendo, vejam, e não percebam; e ouvindo, ouçam, e não entendam, para que não venham a converter-se, e haja perdão para eles." Marcos 4:11 e 12. Entre os que ouviam a Jesus, havia pessoas sinceras, cujo grande objetivo era alcançar a salvação, e pessoas insinceras, que almejavam apanhar alguma palavra proferida e usá-la para acusar o Mestre. Sabendo disso, Jesus empregava as parábolas, a fim de que só entendessem seu discurso aqueles que estivessem relacionados com as coisas espirituais. O mesmo se dá com o Apocalipse. Se tivesse sido escrito de maneira literal, há muito que os inimigos de Deus o teriam destruído, pois nele se denuncia países e movimentos religiosos. Em Sua infinita sabedoria, Deus concedeu Sua revelação numa linguagem compreensível somente para os "Seus servos" (Apocalipse 1:1). Mas, como entender o significado dos símbolos? Resposta: deixando que outras partes lhe dêem o sentido. Vejamos como se faz isso.
SIGNIFICADO PROFÉTICO DO TERMO "MULHER".
Apocalipse 12 está falando de uma mulher vestida de Sol. O que as mulheres estão representando em Apocalipse? Paulo nos dá alguma luz a esse respeito: "Maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a Si mesmo Se entregou por ela, para a apresentar a Si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito." "Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja." Efésios 5:25, 27, 31 e 32. "Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo que é Cristo." 2 Coríntios 11:2. Pelo que se depreende desses textos, em linguagem figurada, mulheres representam igrejas; uma virgem pura representa uma igreja fiel (Apocalipse 12); uma meretriz, uma igreja infiel (Apocalipse 17).
SIGNIFICADO PROFÉTICO DO TERMO "SOL".
A mulher do capítulo 12 é descrita como estando vestida com o sol e o significado desse símbolo parece estar associado ao próprio Senhor Jesus, chamado de "Sol da justiça" pelo profeta Malaquias. Ver Malaquias 4:2. Jesus mesmo disse: "Eu sou a luz do mundo." João 8:12. Em Apocalipse 1:16 é dito que Seu rosto brilha como o Sol na sua força e no Salmo 85:11 encontramos o seguinte: "Porque o Senhor Deus é Sol e escudo; o Senhor dá graça e glória; nenhum bem sonega aos que andam retamente."

SIGNIFICADO PROFÉTICO DO TERMO "LUA".
A mulher também é descrita como estando sobre a lua, a qual parece simbolizar o sistema de sacrifícios do Antigo Testamento. Assim como a lua não tem luz própria, os sacrifícios do Velho Testamento não possuíam valor em si mesmos; apenas refletiam a luz do Evangelho de Cristo. Dessa forma, a mulher representa o povo de Deus tanto sob a velha como sob a nova aliança.
SIGNIFICADO PROFÉTICO DO TERMO "12 ESTRELAS".
As doze estrelas que João viu sobre a cabeça da mulher podem representar as doze tribos de Israel, bem como os doze apóstolos de Cristo. Quanto aos últimos, a ideia é confirmada quando se observa que Apocalipse 1:20 afirma serem as estrelas símbolos de anjos. O termo "anjos" significa literalmente mensageiros e bem pode ser aplicado a seres humanos. Ver Malaquias 2:7. ARC. Paulo também afirmou que os cristãos devem brilhar como luzeiros no mundo, demonstrando que estrelas bem podem representar seres humanos. Ver Filipenses 2:15.
SIGNIFICADO PROFÉTICO DO TERMO "MULHER GRÁVIDA".
Na visão, a mulher encontrava-se grávida, o que em termos simbólicos pode significar a expectativa pela vinda do Messias por parte do povo do Antigo Testamento.
O GRANDE CONFLITO.
"Viu-se também outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas. A sua cauda arrasta a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra; e o dragão se deteve em frente da mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse." Apocalipse 12:3 e 4.
Dentre várias de suas finalidades, o livro de Apocalipse possui a missão de desmascarar o inimigo da humanidade, aquele mesmo que, usando a serpente, induziu Eva a pecar. Aqui ele aparece sob a figura de um dragão, mas de maneira alguma se deveria pensar no tentador como sendo uma espécie de animal alado. A imagem de um dragão é meramente um símbolo e sua identidade é revelada em Apocalipse 12:7 a 9: "Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra e, com ele, os seu anjos.". "Mas, do que João está falando," perguntarão alguns. "Guerra no céu? E quem é esse Miguel? O que de fato aconteceu?"
A ORIGEM DE SATANÁS.
Antes mesmo da fundação do mundo, Deus havia criado os anjos e existem evidências bíblicas de que um anjo muito especial, mais comumente conhecido como Lúcifer, se rebelou contra seu Criador. Esse anjo, dotado de beleza, sabedoria e poder incomparáveis (no plano das criaturas), encheu-se de tanto orgulho que desejou ocupar a mesma posição que Deus. Vejamos algumas citações em que o dito anjo é mencionado: na primeira, ele aparece sob a figura do rei de Tiro; na segunda, é representado pelo rei de Babilónia; em ambos os casos, a identificação é evidente pela menção de certos detalhes não aplicáveis a esses reis. "Tu és o sinete da perfeição, cheio de sabedoria e formosura. Estavas no Éden, jardim de Deus…Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci; permanecias no monte santo de Deus, no brilho das pedras andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti…Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor." Ezequiel 28:12-19. "Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste debilitado por terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do norte; subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo." Isaías 14:12-14. Ele quis ser semelhante ao Altíssimo! Eis o seu pecado! E com suas mentiras (João 8:44), conseguiu arrastar após si a terça parte dos anjos de Deus. Ver Apocalipse 12:4; 1:20. Houve então uma terrível batalha no céu. Miguel, que não é ninguém senão nosso Senhor Jesus Cristo, liderou os anjos fiéis; Lúcifer, é óbvio, comandou os infiéis.
MIGUEL - JESUS.
Que Jesus é Miguel nota-se de certas evidências:
1º) O único arcanjo mencionado na Bíblia é Miguel (Judas 9). Paulo afirma que os fiéis hão de ressuscitar pela voz do arcanjo (I Tessalonicenses 4:16). Jesus declarou que os mortos ressurgirão ao ouvir a Sua voz (João 5:25). Portanto, a voz do arcanjo é a voz de Jesus.
2º) Jesus aparece sucessivamente nas visões e sonhos de Daniel. Em Daniel 7, Ele aparece como o "Filho do homem" (capítulo 7 verso 13); em Daniel 8, Ele aparece como "Príncipe do exército" e "Príncipe dos Príncipes" (capítulo 8 versos 11 e 25); em Daniel 9, ocorre outra menção a Jesus, agora como o "Ungido, o Príncipe" (capítulo 9 verso 25); e, por fim, em Daniel 11, Ele é apresentado como o "Príncipe da aliança" (capítulo 11 verso 22). Miguel também é mencionado nesse livro. Ele aparece como "um dos primeiros príncipes" (Capítulo 10 verso 13), como "vosso príncipe" (capítulo 10 verso 21) e como "o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo" . Os títulos semelhantes dados a Jesus e a Miguel sugerem que eles são uma só pessoa.
3º) O termo "arcanjo" significa chefe dos anjos e ,na Bíblia, Jesus aparece como o líder dos exércitos celestiais. Visto como o único arcanjo mencionado na Bíblia é Miguel, segue-se que ele é Jesus. Ver Josué 5:13-15 e João 1:18.

A BATALHA NO CÉU.
Da terrível batalha travada no céu, Lúcifer saiu derrotado: foi expulso e, com ele, a terça parte dos seres celestiais. A partir daí, esse glorioso ser, cujo nome significava "portador de luz", passaria a ser chamado de diabo (caluniador) e Satanás (adversário); seus anjos, antes ministros do Deus Altíssimo, agora seriam conhecidos como espíritos maus ou demónios. Tendo sido expulsos das moradas eternas, procuraram um lugar no qual se fixar e, enganando Eva, Satanás encontrou abrigo em nosso planeta. Deus havia entregue o domínio deste mundo nas mãos do homem (Génesis 1:26-28), mas este, ao pecar, colocou-se sob a tutela de Satanás. A partir daquele momento, Satanás assegurou para si o comando da terra, usurpando o lugar que o Criador destinara a Adão. Por isso é que Satanás, mesmo depois de ser expulso, ainda tinha acesso ao céu. Ver Jó 1 e 2. Da queda do homem em diante ele passou a ser considerado "o príncipe deste mundo". Ver Mateus 4:8-10; Lucas 4:5-8; João 14:30.
A VITÓRIA DE JESUS NA CRUZ.
Tendo essas observações em mente, será fácil para o leitor visualizar que Apocalipse 12:7-12 possui um segundo enfoque, ou seja, além de estar se referindo à expulsão original de Satanás, está tratando também de uma derrota muito mais importante: aquela efetuada na cruz. Isso se percebe pelas afirmações dos versos 10 a 12: "Então ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do Seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia, e de noite, diante do nosso Deus. Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram, e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida. Por isso, festejai, ó céus, e vós os que neles habitais. Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta.". Foi na cruz que Jesus venceu definitivamente Satanás; derramando Seu precioso sangue sobre aquele rude madeiro, Jesus saldou a dívida de todo o género humano, comprando-nos para Deus. Desse momento em diante, o acusador perdeu qualquer acesso ao céu. É a isso a que Cristo Se refere em Seu solene anúncio: "Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso. E Eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a Mim." João 12:31 e 32. Ver também Colossenses 2:15. Ao comprar este mundo de volta para Deus, Jesus Se constituiu em nosso representante. Por isso é que Ele exerce hoje Seu ministério intercessão nas cortes celestiais. Quão gratos devemos ser a Jesus! Quão preciosa deve ser a cruz para cada um de nós! Foi por ela que Jesus esmagou a cabeça da serpente e nos abriu os portais da salvação!
O DRAGÃO - SÍMBOLO DOS PODERES DESTE MUNDO.
"Viu-se também outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas. A sua cauda arrasta a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra; e o dragão se deteve em frente da mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse." Apocalipse 12:3 e 4.

DRAGÃO REPRESENTANDO REINOS SOB O DOMÍNIO DE SATANÁS.
O dragão não representa apenas a Satanás. Em profecias simbólicas, animais representam reinos e hipoteticamente o dragão é um animal. Ver Daniel 7:17 e 23. O dragão é um símbolo dos diversos poderios deste mundo empregados por Satanás em Sua oposição ao povo de Deus. De uma maneira especial, ele parece representar um poderio que tentou destruir não somente a Jesus, mas também aos Seus seguidores. Vejamos então: o dragão se colocou em frente da mulher para lhe devorar o filho quando nascesse. A Bíblia registra que o rei Herodes tentou destruir a Jesus por ocasião de Seu nascimento; mas Herodes governava por conta de Roma e o dragão deve representar um reino e não meramente um monarca. Portanto, o dragão deve ser entendido como um símbolo de Roma Pagã. Uma confirmação disso pode ser obtida pela consideração da simbologia das sete cabeças. Vejamos o que diz Apocalipse: "Aqui está o sentido que tem sabedoria: As sete cabeças são sete montes." Apocalipse 17:9. Existe uma cidade, muito famosa, que foi construída precisamente sobre sete montes e é denominada de "Cidade das Sete Colinas": Roma. Portanto, o dragão representa um Império que teria como capital a cidade de Roma. As especificações não admitem dúvidas: trata-se do Império Romano. Começando por Nero, Roma desatou intransigentes perseguições contra a Igreja Cristã. Cristãos eram queimados vivos, decapitados e lançados às feras no circo romano. Essas perseguições continuaram por dois longos séculos até que Constantino deu liberdade de culto ao cristãos pelo Edito de Milão, em 313 A.D..
DEZ CHIFRES REPRESENTANDO DESINTEGRAÇÃO DE ROMÃ PAGÃ.
Os dez chifres que João contemplou sobre as cabeças do dragão simbolizam os dez reinos bárbaros que surgiram com a desintegração de Roma Pagã (Apocalipse 17:12). Um ponto importante a ser destacado é que em relação ao dragão, o apóstolo João diz ter contemplado diademas sobre as cabeças, ao passo que em relação à besta que emerge do mar, descrita em Apocalipse 13, os diademas estão sobre os chifres. Essa diferença parece servir a um duplo propósito:
1º) Apocalipse 12 está focalizando a luta dos grandes poderios mundiais no decorrer de toda a História até o fim do tempo; isso se percebe quando se tem em mente que as sete cabeças também representam as grandes potências inimigas do povo de Deus que têm estado sob o controle de Satanás (Apocalipse 17:9-11). Apocalipse 13 está enfocando a mesma batalha contra Cristo e Sua Igreja, porém com o olhar voltado para o período que se segue à dissolução do Império Romano.
2º) Por outro lado, os diademas sobre as cabeças do dragão parecem ser uma referência ao poder centralizado que existia durante Roma Pagã, enquanto que os diademas sobre as dez pontas parecem retratar a fragmentação desse poder.
O DRAGÃO PERSEGUE A MULHER.
"Quando, pois, o dragão se viu atirado para a terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão; e foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse até ao deserto, ao seu lugar, aí onde é sustentada durante um tempo, tempos e metade de um tempo, fora da vista da serpente". "A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias." Apocalipse 12:13, 14 e 6.
PERSEGUIÇÃO A IGREJA PRIMITIVA E NO FINAL DOS TEMPOS AO RESTANTE DA SUA DESCENDÊNCIA.
A profecia indica claramente a que perseguições se está a referir. É dito que o dragão (Satanás) perseguiu a mulher (Igreja) de uma forma especial a partir de sua expulsão definitiva do céu, o que se deu no ano 31 de nossa era, por ocasião da morte de Jesus. Portanto, na exegese do verso 13 devem ser incluídas as perseguições movidas pelos judeus e pelos romanos, mas de uma maneira toda particular a ênfase é ao período de terrível aflição que se estenderia por mil duzentos e sessenta dias. Esses dia são proféticos e equivalem a anos literais (Ezequiel 4:6 e 7); estamos, pois, em frente a um período de mil duzentos e sessenta anos. Um tempo, dois tempos e a metade de um tempo (Daniel 7:25; 12:7; Apocalipse 12:14) possuem a mesma duração e descrevem, na verdade, o mesmo tempo de aflição; isso se dá porque um tempo conta trezentos e sessenta dias. Multiplicando trezentos e sessenta dias por três tempos e meio, temos mil duzentos e sessenta dias. Visto como águas representam povos, multidões, nações e línguas (Apocalipse 17:15); deserto deve significar o oposto, a saber, lugares fracamente povoados e secretos. Esses mil duzentos e sessenta anos têm sido identificados como o período que se estendeu de 538 A.D. a 1798 A.D.. Ver o sexto estudo desta série. Durante esses longos e tenebrosos séculos, aqueles que não se submetessem às doutrinas estabelecidas pelo poder religioso vigente eram severamente perseguidos. "Então a serpente arrojou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, a fim de fazer com que ela fosse arrebatada pelo rio. A terra, porém, socorreu a mulher; e a terra abriu a boca e engoliu o rio que o dragão tinha arrojado de sua boca." Apocalipse 12:15 e 16. A boca é um símbolo relevante em Daniel e Apocalipse; geralmente está associada à ideia de testificar, discursar. Esses versos podem ser encarados como se referindo a certas cruzadas, preparadas mediante a convocação do bispado romano, e movidas contra certos grupos religiosos dissidentes, como a Cruzada contra os albigenses. A terra representa algum lugar de povoação insipiente e como em Daniel 7:2 e Apocalipse 13:1, o mar é empregado como um símbolo do velho mundo, nada mais lógico do que considerá-la um emblema do continente americano. Milhares de europeus que estavam sendo duramente afligidos no velho continente, buscaram refúgio na América; e foi assim que os Estados Unidos se transformaram num símbolo da liberdade religiosa. "Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e o testemunho de Jesus." Apocalipse 12:17. O verso 17 é a porção do capítulo 12 cujo cumprimento está no futuro. A profecia prevê que pouco antes de encerrarmos nossa história terrestre, o povo de Deus terá de enfrentar uns últimos momentos de intolerância final. Mas note que, nessa última crise para a qual o mundo caminha, Satanás não perseguirá a mulher, mas os restantes da sua descendência, isto é, aqueles que restaram do cristianismo puro, o que implica dizer que o restante do mundo cristão se perverteu. E quem são esses restantes? A Bíblia responde: os que guardam os mandamentos de Deus e o testemunho de Jesus. Observa quão importante é harmonizar a vida aos santos reclamos do Decálogo? A obediência aos Dez Mandamentos é uma prova de amor a Jesus: "Se Me amais, guardareis os Meus mandamentos." João 14:15. Por que não entregar a vida inteiramente nas mãos do Salvador e deixar que Ele oriente sua vida? Somente Ele poderá protegê-lo na crise final! A humanidade não sabe o que o futuro lhe aguarda. Segundo as palavras do profeta: "Nesse tempo Se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo será salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro." Daniel 12:1. Jesus, nosso grande Príncipe e Defensor, está esperando pela sua decisão. Por que não aceitar hoje mesmo Seu amor e lhe ser fiel, guardando TODOS os Seus mandamentos? Que Deus nos abençoe e que possamos estar realmente preparados para enfrentar o tempo de angústia! Amém!

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