Profecia contra Tiro – II

Antes de continuarmos o estudo do programa anterior, apenas uma palavrinha para aqueles que estão ouvindo este programa pela primeira vez: estamos estudando uma profecia feita por Ezequiel, à cidade de Tiro. Vimos no programa anterior que o grande erro de Tiro foi desejar tirar vantagem de uma situação de calamidade que vivia a nação vizinha de Israel.

Hoje vamos nos concentrar nas consequências sofridas pelos habitantes de Tiro. A profecia revela: “Assim diz o Senhor Deus: eu estou contra ti, ó Tiro, e farei subir contra ti muitas nações, como se o mar fizesse subir as suas ondas. Elas destruirão os seus muros, derrubarão as suas torres; eu varrerei o seu pó, e dela farei uma penha descalvada. No meio do mar virá a ser um enxugadouro de redes” (Ezequiel 26:3-5).

Perceba que a profecia diz que subiriam muitas nações contra a cidade de Tiro. E a primeira nação a subir foi a Assíria, que ficava ao norte e tinha a sua capital em Nínive. Por dois séculos os assírios
subjugaram a Tiro. Também foi atacada pelos babilónicos que destruíram muitas cidades que estavam na costa do mar. Aos poucos, Tiro começou a enfraquecer. Nabucodonosor esteve envolvido em ataques contra o rei de Tiro durante 13 anos, mas durante todo este tempo não conseguiu capturar a cidade insular. Finalmente se chegou a um acordo e Tiro aceitou se submeter ao rei de Babilónia. Mas não seria com Babilónia a destruição de Tiro. Ainda teria que esperar alguns séculos para que a profecia fosse cumprida.

Depois do Babilónicos vieram os Persas. Em Esdras 3:7, menciona a ordem do rei da Pérsia, Ciro II, para que os habitantes de Tiro suprissem de madeira de cedro para a reconstrução do templo em Jerusalém. Foi só em 332 AC que Alexandre e seu exército vitorioso apareceram diante de Tiro. Mais uma vez a cidade orgulhosa e arrogante, confiando em sua posição quase inexpugnável, fechou os seus portões, contra o que parecia um pequeno exército. O cerco que se seguiu se tornou um dos maiores feitos militares da história. Alexandre construiu um molhe para cruzar o pequeno estreito que separava a cidade do continente. Até hoje este molhe liga o continente a ilha onde estava situada a cidade de Tiro. Foi através deste grande feito que Alexandre conseguiu lançar o ataque final, mediante o qual conquistou a cidade de Tiro. Assim a profecia de Ezequiel foi cumprida plenamente.

A grande e arrogante Tiro finalmente se tornou um lugar para os pescadores enxugarem as suas redes. Hoje, nós encontramos apenas as marcas de uma civilização antiga, mas que no tempo do profeta Ezequiel estava com todo o poder e tinha orgulho de ser invencível. Junto às ruínas de Tiro, há uma pequena colónia de aproximadamente 14 mil pessoas, e as velhas ruínas são usadas pelos pescadores para secarem suas redes.

Mas que sentimentos possuíam os líderes de Tiro? Ouça o que o profeta Ezequiel falou sobre como o rei de Tiro se auto-avaliava: “…visto como se eleva o teu coração, e dizes: eu sou Deus, sobre a cadeira de Deus me assento no meio dos mares, e estimas o seu coração como se fora o coração de Deus”. “Pela extensão da tua sabedoria no teu comércio aumentaste o teu poder, e eleva-se o teu coração por causa do teu poder”. “ Pois que estimas o teu coração, como se fora o coração de Deus” (Ezequiel 28:2,5,6).

O que levou a cidade de Tiro a essa situação? No programa anterior vimos que houve um sentimento de alegria quando Jerusalém caiu diante de Nabucodonosor, e entenderam que era hora de aproveitar da fragilidade da capital dos judeus para ganhar mais em seu comércio.

Se você ler todo o capítulo 28 de Ezequiel, verá com facilidade a principal razão da queda de Tiro. Os versos que acabei de ler mostram a essência do sentimento do rei de Tiro nos dias de Ezequiel. O sentimento que predominava nos líderes e na maioria do povo era de arrogância e orgulho.

O grande problema do orgulhoso é que em seu coração não há espaço para mais ninguém. No seu mundo, por maior que ele seja, só tem espaço para ele mesmo.

Existem alguns problemas que uma pessoa dominada pelo egoísmo enfrentará. “O orgulho, a ignorância e a loucura são companheiros constantes” (T.S. vol.1 pg.595). “… o orgulhoso não sente necessidade alguma… não há lugar para Jesus no coração desta pessoa” (M.D.C. pg.7). “O maior fardo que temos que suportar nesta vida é o próprio eu” (M.C.P. pg. 541).

Amigo ouvinte, o estudo desta profecia mostra claramente um dos maiores desafios que o ser humano enfrenta. E este problema não vem de fora, de longe. Ele vem de perto, ele vem de dentro de cada um de nós: o orgulho. Esta foi a grande causa da destruição de Tiro. Um rei que queria ser deus. Um rei que achava que era eterno. Um rei que imaginava que o seu mandato nunca terminaria. Um rei que se apoiou na pobre muleta do dinheiro e do poder e pensava que com isto dominaria o mundo.

Você sabe que o orgulho sempre leva a pessoa a perder. O orgulhoso perde os amigos, perde os colegas, perde o respeito dos companheiros e perde a salvação. E se você, por acaso, é vítima deste grande mal, busque o remédio imediatamente. Corra para os braços de Jesus, porque só Ele pode mudar o coração. Foi o próprio Ezequiel que registrou a promessa de Deus: “…e tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne” (Ezequiel 11:19). Essa é a melhor notícia que podemos ter e dar: Jesus está pronto para mudar o nosso coração. Basta que permitamos isso.

Creia no Senhor Deus para ficar seguro. Creia nos profetas d´Ele e você prosperará.