sábado, 24 de maio de 2014

O Fogo Divino e Sua Falsificação

Apocalipse 13:13 afirma que o falso profeta “fez grandes sinais, de maneira que até fogo fazia descer do céu à terra, à vista dos homens”. O que significa isso?

O fogo é um símbolo interessante no livro do Apocalipse. Na maioria das vezes é um símbolo do juízo de Deus contra os ímpios (ver Apoc. 8:5, 14:10), que às vezes preserva os servos de Deus (Apoc. 11:5). Muitas vezes, é associado com a divindade. Por exemplo, João viu no santuário celestial “sete tochas de fogo”, identificadas como um símbolo do Espírito Santo (Apocalipse 4:5). O fogo também está relacionado a Cristo: “Seus olhos eram como chama de fogo” (Apocalipse 1:14, cf. Apoc. 2:18, 19:12); “Suas [pernas] como colunas de fogo” (Apoc. 10:1).

O fogo na Bíblia é um elemento teofânico (Manifestação da divindade). Muitas vezes, quando Deus se manifesta ao homem, Sua presença é comparada ou está associada com o fogo. Possivelmente o exemplo mais importante no Antigo Testamento é a experiência dos israelitas no Monte Sinai: “Todo o Monte Sinai fumegava, porque o Senhor descera sobre ele em fogo” (Êxodo 19:18). Sua aparência abrasadora indicava Sua presença em um lugar particular enquanto mantinha-se distante e inacessível por causa da Sua santidade.

A expressão “desceu fogo do céu” também é usada em Apocalipse 20:9. Neste caso, o fogo é um instrumento do julgamento divino contra as forças do mal que tentam tomar pela força a Cidade Santa. Esta utilização é diferente da registrada em Apocalipse 13:13. O falso profeta fez descer fogo do céu para enganar os habitantes da terra. O incidente de Elias no Monte Carmelo, fornece a base bíblica para este simbolismo.

Os israelitas foram adorar à Baal, e o profeta os confrontou com uma escolha: O Senhor ou Baal. Elias indicou que o verdadeiro Deus iria revelar-se fazendo descer fogo do céu (1 Reis 18:20-39). Baal era incapaz de atender a exigência. Elias orou, o fogo do Senhor caiu do céu, e o povo gritou, “O Senhor é Deus”. O milagre foi uma manifestação clara da presença do Senhor e serviu para identificar o verdadeiro Deus, defronte de um falso.

Apocalipse 13:13 descreve uma tentativa de falsificar a presença de Deus através de atividades miraculosas no sentido de persuadir os moradores da terra de que no conflito cósmico, os poderes do mal representam o verdadeiro Deus. Como resultado dessa falsa teofania, muitos adorarão ao dragão e a besta (versos 4, 12).

A maior e verdadeira teofania a ser testemunhada pela raça humana está prestes a ocorrer. Paulo se refere a ela como “a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo” (Tito 2:13). Este evento sem precedentes ocorrerá na segunda vinda do Senhor.

O simbolismo de fazer descer fogo do céu, indica que o falso profeta tentará validar ou autenticar sua pretensa missão divina para o mundo através da realização de milagres. Mas me atreverei, com base nos parágrafos anteriores, a uma interpretação mais específica.

Na descrição do regresso do nosso Salvador no Novo Testamento, o fogo exerce uma importante função teofânica. Aquele que está voltando é o nosso “Deus e Salvador”. Um bom exemplo é encontrado em 2 Tessalonicenses 1:7-8: “…Quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo. …”. Parece-me que, para o apóstolo, o símbolo do fogo que descia do céu, aponta para o glorioso evento da segunda vinda de Cristo. Então, será transparente claro para a raça humana e às forças do mal que Cristo é realmente o nosso verdadeiro Deus e Salvador.

Se esta proposta for aceita, podemos concluir que Apocalipse 13:13 descreve uma tentativa por parte dos poderes do mal de imitar a segunda vinda de Cristo, a fim de enganar a raça humana. “E não é de admirar”, escreveu Paulo, “pois o próprio Satanás se transforma em anjo de luz” (2 Coríntios 11:14).


Deixe-me lembrá-lo de que as forças do mal não tem poder sobre aqueles que pertencem ao Senhor. Elas foram derrotadas por Ele, e Sua vitória é a nossa vitória. Nunca serão capazes de imitar perfeitamente a vinda do Senhor. “Guerrearão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos Senhores e o Rei dos reis; vencerão também os que estão com Ele, chamados eleitos, e fiéis”. (Apoc. 17:14).

segunda-feira, 19 de maio de 2014

João - Um Obreiro Poderoso e Perseguido

João dissera-se disposto a beber o cálice, e Jesus o atendeu. Depois da ascensão de Cristo ao céu, João fez parte dos cento e vinte crentes que oraram no cenáculo superior até ao Pentecoste, quando o Espírito Santo os encheu de modo muito especial. Atos 1:12-14. Ele testemunhou, cheio de regozijo, nas ruas de Jerusalém e nas câmaras do templo, ele e Pedro foram encarcerados e interrogados pelas autoridades.

Quando lhes foi ordenado que parassem de falar ao povo acerca de Jesus, responderam corajosamente: "Nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos.". Atos 4:20. As autoridades admiraram-se muito de que "homens iletrados e incultos" pudessem ser audazes, e "reconheceram que haviam eles estado com Jesus". Atos 4:13.

Tiago, o irmão de João, foi posteriormente preso e decapitado. Atos:12:1 e 2. João, porém viveu para servir o Mestre e "beber o cálice" durante um longo e variado ministério. Parece que ele morou em Jerusalém durante certo tempo, quando a cidade foi "cercada por exércitos" Lucas 21:20, ou talvez em algum momento anterior que não conseguimos situar com precisão ele deixou a cidade a fim de trabalhar por Cristo onde houvesse oportunidade.

No ano 70 d.C., correram notícias de que os soldados romanos tinham retornado a Jerusalém, destruindo-a e arrasando o templo. Quanta dor deve ter atingido o coração daquele que, uma vez, se houvera mostrado disposto a morrer por Israel! João pôde compreender melhor que, efetivamente, o reino de Cristo "Não é deste mundo". João 18:36.

João, filho do trovão, tornou-se João, o discípulo do amor. Escreveu o Evangelho de João, e três das suas cartas foram igualmente preservadas no Novo Testamento. O tema do "amor" permeia o conteúdo de todas elas. Ele escreveu que "nisto consiste o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou" I João 4:10. Lembrava-se ainda muito bem das palavras de Jesus: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros, assim como Eu vos amei.” João 13:34.

João possuía o óleo na sua lamparina. O discípulo amado de Jesus fora transformado pelo Senhor quem tanto amava.


O óleo para ser lâmpada do Espírito Santo!

segunda-feira, 5 de maio de 2014

A Direção do Império Romano

Tanto quanto possamos deduzir, João deve ter nascido por volta de 10 d.C., enquanto o grande Augusto - primeiro imperador romano - ainda ocupava o patrono. À medida que os anos passavam, os arautos imperiais anunciaram sucessivamente a eleição do imperador Tibério em 14 d.C., do meio louco Calígula em 37 d.C., do obscuro mas eficiente Cláudio em 41 d.C. e do infame Nero em 54 d.C.

O imperador Nero, ainda na casa dos vinte anos, ordenou a decapitação de Paulo. Além do mais, incendiou Roma na tentativa de "limpar “uma área suficiente para construir um novo e grande palácio. O fogo fugiu ao controlo e devorou a cidade - noite e dia – até ter danificado gravemente dez dos catorze distritos de Roma. Centenas de milhares de pessoas perderam as casas e negócios, ficaram quase fora de si. A fim de pacifica-los, Nero mandou prender um bom grupo de cristãos como bodes expiatórios, e abriu os seus jardins particulares à apresentação de um grande "espetáculo" público. Tácito, historiador romano, conta-nos que Nero "vestiu" alguns cristãos com peles de animais e depois os "serviu" como banquete aos cães ferozes. Outros cristãos foram cruxificados ou queimados vivos, a fim de prover iluminação à noite - como se fosse luminárias de vias públicas.

Nero morreu em 68 d.C. Antes de findar o ano 69, motins armados em vários pontos do Império produziram três imperadores transitórios: Galba, Oto e Vitélio. Um quarto imperador, Vespasiano, realizou excelente governo durante uma década. Antes de tornar-se imperador, Vespasiano comandou a Guerra Judaica. Quando faleceu em 79, sucedeu-o seu filho Tito, que tinha completado a conquista de Jerusalém e era o "mui querido dos romanos". Em 81, dois anos mais tarde, Domiciano - irmão mais velho de Tito - chegou ao poder.

O imperador Tito fora atraente, venturoso e bem-sucedido. O imperador Domiciano era mal-humorado, perdedor nato e inapto. Quando a sociedade romana o recusou a esse respeito do qual ele não se julgava merecedor, ele declarou-se a si próprio como divino, exigindo adoração. Intitulou-se oficialmente como "senhor" e "deus". Poetas subservientes chegaram a descrever como "sagrados “até mesmo os peixes que ele comia.


A perseguição promovida por Nero tinha atingido apenas os cristãos residentes em Roma. A loucura de Domiciano chegou mais longe. Aos cristãos de muitos lugares foi exigido por Domiciano que oferecessem incenso à sua estátua.